Polícia: Mulher queimada e reconhecida por tatuagens foi morta por namorado
A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu hoje o suspeito de ter matado a pedradas a pedagoga Marina Paz Katriny, 30. O corpo da mulher foi encontrado queimado na quarta-feira (18), próximo a uma estrada de terra, em Taguatinga (DF). O namorado da vítima, Walace de Souza Eduardo, de 34 anos, confessou o crime, de acordo com as autoridades.
Um homem que passeava no local com o cachorro achou o corpo de Marina e acionou o Corpo de Bombeiros da região. A família identificou a jovem devido às tatuagens que ela tinha.
Marina era natural de Rio Branco, no Acre, e morava em Brasília há seis anos. O corpo dela foi enterrado ontem (22), no Cemitério São João Batista em Rio Branco, capital do Acre.
A investigação ficou a cargo da 17ª Delegacia de Polícia (Taguatinga). Imagens obtidas pelo UOL mostram o suspeito narrando todo o crime para os policiais. Ele aparece na BR-070, onde foi o corpo foi localizado.
"Eu esperei ela urinar, sai do carro e joguei a pedra nela", diz o namorado da vítima. Um policial questiona quantos golpes foram deferidos na mulher. Ele responde: "Não lembro. Foram mais de três".
Em depoimento, o homem, que trabalhava em uma hamburgueria, disse que agrediu a vítima com um bloco de concreto e usou gasolina para queimar o corpo.
Discussões e brigas
O delegado Mauro Aguiar informou durante uma coletiva de imprensa que a vítima e o suspeito estavam namorando há pouco tempo. No dia do crime, que ocorreu em 15 de maio, câmeras de segurança registraram os dois abraçados, à noite, em uma rua.
Segundo amigos, o relacionamento dos dois era marcado por muitas discussões e brigas. Eles foram para um bar, brigaram novamente, e Wallace decidiu matar a namorada. Ele confessou que desferiu as pedradas, arrastou o corpo dela até o cerrado, amarrou as mãos, a região da cabeça e boca com fita adesiva, e deixou o corpo lá. Mauro Aguiar
Após matar a namorada, Wallace foi até um posto de gasolina, comprou o combustível, retornou ao local do crime e jogou o líquido inflamável sobre o corpo de Marina, de acordo com a polícia.
"Depois, Wallace ainda tentou despistar a autoria do crime, mandando uma mensagem do celular de Marina para uma amiga dela. Mas não adiantou, chegamos até ele", afirmou o delegado.
O caso foi registrado como feminicídio qualificado. A pena pode passar de 30 anos de prisão. A polícia ainda não soube informar se ele tem defesa constituída. O UOL busca por quem o representa e atualizará a reportagem caso haja manifestação.
Ele é um monstro, diz tia de vítima
Formada em pedagogia e pós-graduada em educação especial, Marina - a caçula de cinco filhas — foi para a capital federal para tentar um emprego. Atualmente, trabalhava como atendente em uma loja de shopping.
"Marina só tinha a mim e a irmã aqui em Brasília. Ajudávamos no que dava. Mas ela sempre foi trabalhadora, esforçada, uma menina de luz. Sempre a via sorrindo, muito feliz. Amava a vida", disse a tia de Marina, Glória Paz.
Glória não conhecia o namorado de Marina. Disse que a sobrinha era discreta e nunca relatou agressões sofridas por ele. O crime foi um choque para toda a família, que ainda não consegue acreditar em tamanha brutalidade.
"Ele é um monstro. Uma pessoa muito ruim. Espero que ele pegue os 30 anos, que é a pena máxima. Você perder alguém que ama é ruim. Mas perder alguém assim dessa forma: assassinada, queimada. Dói muito. A mãe dela não come, não dorme. Estamos todos abalados", lamenta a tia da pedagoga.
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