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Operação mira PMs suspeitos de extorquir, torturar e matar criminosos no RJ

Esquema que cobrava propina de traficantes com uso de violência envolvia dois batalhões da PMRJ - Getty Images
Esquema que cobrava propina de traficantes com uso de violência envolvia dois batalhões da PMRJ Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

26/05/2022 09h43Atualizada em 26/05/2022 09h43

Onze policiais militares do Rio de Janeiro são alvo de uma operação para prender agentes acusados de torturar e extorquir criminosos, exigindo o pagamento de resgate para soltá-los. O grupo começou a ser investigado depois de uma análise no celular do PM Adelmo Guerini, apreendido durante a operação Gogue Magogue, em agosto de 2020.

Na época, as autoridades tentavam combater um grupo miliciano que explorava o serviço de mototáxis na comunidade Asa Branca, em Jacarepaguá.

Adelmo e os denunciados Mário Paiva Saraiva, Antonio Carlos dos Santos Alves, Denilson de Araújo Sardinha, Weliton Dantas Luiz Junior, Francisco Santos de Melo, Marcelo Paulo dos Anjos Benício e Vitor Mayrinck integravam o 24º Batalhão da Polícia Militar e teriam fundado uma organização para fazer os "acertos" com traficantes que deviam propina aos agentes públicos.

Os dados do aparelho de Adelmo apontaram que PMs lotados no GAT (Grupamento de Ações Táticas) do 24º BPM e na P2 (Seção de Inteligência da Polícia Militar) do 21º BPM tiravam proveito de suas posições para ameaçar os criminosos.

Segundo nota do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), a organização teria sido fundada no 24° BPM pelo então subcomandante André Araújo, que foi transferido em fevereiro de 2020 para o 21°BPM, onde assumiu o cargo de comandante.

Na mudança, ele levou parte de seu grupo para formar a P2 do 21º BPM, cujo chefe era Anderson Orrico. A partir deste momento, o esquema criminoso do 24°BPM foi copiado e implementado no 21º.

Nessa reconfiguração, os PMs Marcelo Leandro Teixeira, Oly do Socorro Biage Cei de Novaes, William de Souza Noronha, Fabiano de Oliveira Salgado e Thiago Santos Cardoso também teriam entrado na organização criminosa.

A operação realizada hoje para prender os envolvidos nestes crimes ganhou o nome de "Mercenários". Além das prisões, estão sendo cumpridos 35 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos denunciados.

Ainda de acordo com o MP, o grupo também cometeu homicídios em suas sessões de violência contra os criminosos que não pagavam propina e desviou materiais ilícitos apreendidos sem nem ao menos apresentá-los às autoridades.