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Ex-prefeito de Unaí, Antério Mânica é condenado a 64 anos de prisão

O fazendeiro Antério Mânica, acusado de ser o mandante do assassinato dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho em 28 de janeiro de 2004, na chamada chacina de Unaí, durante o seu julgamento, em Belo Horizonte (MG). Os fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lages e Erastotenes de Almeida Gonçalves, além do motorista, Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos a tiros enquanto vistoriavam fazendas em Unaí, no noroeste de Minas. Na região, foram registrados casos de regime de trabalho análogo a escravidão - Reprodução/EBC
O fazendeiro Antério Mânica, acusado de ser o mandante do assassinato dos quatro funcionários do Ministério do Trabalho em 28 de janeiro de 2004, na chamada chacina de Unaí, durante o seu julgamento, em Belo Horizonte (MG). Os fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lages e Erastotenes de Almeida Gonçalves, além do motorista, Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos a tiros enquanto vistoriavam fazendas em Unaí, no noroeste de Minas. Na região, foram registrados casos de regime de trabalho análogo a escravidão Imagem: Reprodução/EBC

Colaboração para o UOL, em Brasília

27/05/2022 21h17

O Tribunal do Júri da Justiça Federal de Minas Gerais condenou hoje o fazendeiro e ex-prefeito de Unaí Antério Mânica a 64 anos de prisão, acusado pelo o MPF (Ministério Público Federal) de ter sido um dos mandantes dos assassinatos de três auditores fiscais do Ministério do Trabalho e de um motorista, em 2004.

No evento, conhecido como a "Chacina de Unaí", os fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lages e Erastotenes de Almeida Gonçalves, além do motorista, Ailton Pereira de Oliveira, foram mortos a tiros enquanto vistoriavam fazendas, no noroeste de Minas. Na região, foram registrados casos de regime de trabalho análogo a escravidão

Em novembro de 2015, o ex-prefeito havia sido condenado a 100 anos de prisão por duplo homicídio triplamente qualificado por motivo torpe. Contudo, em 2018, a Quarta Turma do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) anulou a condenação e determinou a realização de novo julgamento.

Sindicato comemora decisão

Em nota, o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho afirmou que a condenação de Mânica "traz alívio para todos" e é "o resultado de muito trabalho e luta para que o crime não caia no esquecimento". Leia a íntegra:

"O fazendeiro Antério Mânica foi novamente condenado pelo mando do homicídio dos Auditores-Fiscais do Trabalho Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva, e do motorista Ailton Pereira de Oliveira, no episódio conhecido como Chacina de Unaí. O julgamento, que ocorre desde o dia 24 de maio na Justiça Federal em Belo Horizonte, acaba de terminar.

No fim do quarto dia de julgamento e depois de quase três horas reunido, o Conselho de Jurados proferiu o veredicto pela condenação e a juíza Raquel de Vasconcelos leu a sentença, que determina a pena de 64 anos de reclusão. No entanto, como é réu primário, Antério tem direito de recorrer da sentença em liberdade.

Nesses quatro dias de julgamento, Auditores-Fiscais de todo o País e dirigentes do SINAIT permaneceram em vigília, com atos de protesto, em frente à sede do tribunal.

Para o presidente do SINAIT, Bob Machado, a condenação de Antério Mânica traz alívio para todos e é o resultado de muito trabalho e luta para que o crime não caia no esquecimento e para que a justiça seja feita.

Para a diretora Rosa Jorge, que acompanha o caso desde o início, a segunda condenação de Antério é uma vitória da justiça contra a impunidade. 'A nossa luta segue para exigir que as penas sejam cumpridas, com a prisão de todos os mandantes e intermediários que continuam em liberdade até hoje', garantiu."