PE: '3ª vez que minha casa é levada por rio, vou reconstruir', diz mãe de 3
Danieli Maria Santana de Oliveira, 37, estava em casa com os três filhos e a neta quando a chuva da última sexta-feira (27) ficou mais intensa. Em poucos minutos, as águas do rio Capibaribe subiram, arrastando uma parte das paredes e das telhas, e levando tudo o que tinha dentro —móveis, roupas e documentos.
Saímos correndo só com o que a gente estava vestindo."
Danieli Maria Santana de Oliveira
Desde os cinco anos de idade, Danieli mora na comunidade da Ponte da Salvação, às margens do rio Capibaribe, no bairro da Iputinga, zona oeste do Recife.
"Essa é a terceira vez que minha casa é levada pela cheia por causa das chuvas. De tempos em tempos, a gente perde tudo de novo. Basta cair uma chuva mais forte."
Em todas as vezes, Danieli —que é mãe solo— precisou reconstruir a moradia no mesmo local. A razão, explica, é não ter um lugar mais seguro para morar. Desempregada, Danieli diz que o que lhe resta é tentar sobreviver com o que restou.
Ela promete reerguer as paredes de sua casa mais uma vez.
Ainda tem um pedaço de construção e vou reconstruir com o que tem. Já voltei lá quando a água do rio desceu e todo dia tenho ido lá para ver o que consigo aproveitar."
Por enquanto, Danieli e sua família estão na Escola Municipal Diná de Oliveira, na Iputinga, que atualmente abriga cerca de 600 pessoas —um terço delas são crianças.
O Grande Recife registra cerca de 6.200 desabrigados em decorrência dos temporais que assolam a região. Na tarde de hoje, o número de mortos subiu para cem.
Além da comunidade da Ponte da Salvação, a escola recebe desalojados de outros pontos atingidos pela chuva no Recife, mas principalmente moradores de áreas vizinhas, como os bairros da Várzea, Caxangá e Iputinga, todas banhadas pelo Capibaribe.
Ainda não há previsão de quanto tempo as famílias ficarão nos abrigos.
Segundo a Prefeitura do Recife, que gerencia o espaço, parte dos que chegam são moradores de áreas ribeirinhas, mas que não tiveram seus imóveis atingidos. Foram se abrigar durante as chuvas, temendo por suas vidas. Algumas famílias já estão conseguindo retornar para suas casas.
Questionada sobre projetos habitacionais na Ponte da Salvação, a prefeitura diz ter entregado 384 unidades no Conjunto Habitacional Casarão do Barbalho e que elabora projeto para o habitacional Vila Esperança, com 75 apartamentos, a ser construído na margem oposta do Capibaribe.
O vídeo abaixo aconteceu no rio Capibaribe Mirim, afluente do Capibaribe, na Zona da Mata.
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