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Nova operação marca 25º dia desde a intervenção na região da Cracolândia

Do UOL, em São Paulo

02/06/2022 17h48Atualizada em 03/06/2022 08h43

A rua Helvétia, no centro de São Paulo, onde um fluxo de pessoas em situação de rua, dependentes químicos e traficantes se concentram desde que a Polícia Civil dispersou a Cracolândia da Praça Princesa Isabel em 11 de maio, é alvo de nova operação na tarde de hoje.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, esta é a 10ª etapa da Fase V da Operação Caronte, que tenta combater o tráfico de drogas na região central da cidade. A movimentação de hoje é feita por policiais civis da 1ª Seccional em conjunto com equipes da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

Bancas de vendas de droga com frascos, estiletes e até mesmo cachimbos que eram vendidos para os dependentes foram encontrados no local pela polícia, assim como uma sacola com muitas notas de dinheiro em "pequena quantidade".

"Nós não temos droga hoje aqui na cracolândia, entra muito pouco de drogas, por isso que houve esse distúrbio público ontem. Os traficantes não conseguem trazer [a droga] devido à repressão contínua e ao trabalho de inteligência da Polícia Civil, que também é contínuo", disse o delegado Roberto Monteiro em conversa com o UOL.

Sacola com notas de dinheiro "pequenas" foram encontradas durante operação na cracolândia - TV Band/Reprodução - TV Band/Reprodução
Sacola com notas de dinheiro "pequenas" foram encontradas durante operação na cracolândia
Imagem: TV Band/Reprodução

Segundo ele, os traficantes pediram que os dependentes químicos saíssem pelas ruas do centro na madrugada de hoje "fazendo distúrbios" na noite de ontem para que a polícia "libere a venda de drogas".

"As pessoas se enganam ao achar que a polícia ou a prefeitura controla o fluxo. O fluxo tem dinâmica própria, mas nós conseguimos controlar quando ele se coloca em algum lugar. Quando ele está dividido, é mais permeável para você identificar e prender os criminosos, e mais, principalmente, permeável para ações sociais e de saúde pública", afirmou.

A operação de hoje ocorre pouco menos de uma semana após outra no mesmo local, que contou com a presença de veículos blindados e até mesmo um atirador de elite para cumprir 31 mandados de prisão em aberto de pessoas que estavam ligadas ao narcotráfico.

O delegado também informou que o serviço de inteligência da polícia identificou que mulheres estão escondendo drogas nas partes íntimas para poder entrar no fluxo e fazer o comércio dos narcóticos sem serem impedidas.

Uma banca de acolhimento para aqueles dependentes químicos que buscavam por ajuda também está armada no local. O tipo de acolhimento oferecido não foi detalhado.

O UOL procurou a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo para verificar o balanço da intervenção no local quanto ao número de incursões e resultados, a exemplo de apreensões e prisões, mas o órgão não respondeu, recomendando que o dado fosse inferido a partir da seção de notícias do site do órgão, que não cataloga essas informações.