Nova operação na cracolândia tem veículo blindado e atirador de elite
Uma nova operação policial para coibir o tráfico de drogas entre frequentadores do "fluxo" da chamada "cracolândia", no centro de São Paulo, está sendo realizada com intenso aparato policial, que inclui veículos da GCM (Guarda Civil Metropolitana), blindado do GER (Grupo Especial de Reação) e até mesmo um atirador de elite. O objetivo é cumprir 31 mandados de prisão em aberto de pessoas ligadas ao narcotráfico.
No encontro da rua Helvétia com a avenida São João, um dos pontos de maior concentração do novo "fluxo" de dependentes químicos, um carro blindado do GER chamava atenção de moradores. Havia quatro policiais com armas de grosso calibre na parte superior do veículo, conforme mostrado por imagens aéreas da TV Bandeirantes. Outro destaque que gerou surpresa foi a presença de um atirador de elite entre os agentes escalados para a ação, como mostrado pelo programa "Cidade Alerta", da Rede Record.
De acordo com o delegado Artur Dian, a operação tem como foco prender pessoas que fornecem drogas aos usuários do local. "A primeira Seccional está fazendo um grande trabalho para tirar os traficantes principalmente. Eles estão sendo presos. Nosso alvo são os traficantes", afirmou, em entrevista à TV Bandeirantes.
Nas imagens aéreas, é possível ver a concentração de policiais em um dos pontos de saída do fluxo, assim como usuários sentados no chão. Alguns deles eram revistados.
No veículo blindado, quatro policiais observavam a movimentação e prestavam apoio aos colegas no chão. Dois deles tinham armamento pesado.
A ação
Em 11 de maio, operação com participação das polícias Civil, Militar e GCM (Guarda Civil Metropolitana) desocupou o ponto de uso e tráfico de drogas da praça Princesa Isabel.
Isso fez com que o fluxo de venda e uso de drogas se espalhasse por novos pontos na região central da cidade, causando sensação de insegurança em moradores e comerciantes.
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), se posicionou esta semana de maneira favorável às operações. "Em relação à 'cracolândia', nós temos que ter clareza de que a polícia é para combater traficante e tratamento para ajudar os dependentes químicos. É muito mais fácil ter a adesão ao tratamento com a dispersão. Isso acabou acontecendo com o aumento na procura de tratamento", disse.
Morte em ação
O assassinato de uma pessoa em situação de rua em meio a uma ação policial levou a Defensoria Pública a também encaminhar um documento à Comissão Interamericana de Direitos Humanos pedindo proteção a quem vive em situação de rua na "cracolândia". Três policiais se apresentaram alegando terem realizados disparos na ocasião, um dia após o início da dispersão dos frequentadores do local.
No texto, assinado em conjunto com a ONG Conectas Direitos Humanos, o órgão cita ações violentas da GCM (Guarda Civil Metropolitana) na retirada dos moradores, incluindo chutes, agressões com cassetetes, tiros de bala de borracha e até mordida de cães conduzidos pelos agentes. O padre Julio Lancelotti acusou os agentes de quebrar barracas e tomar cobertores de pessoas em situação de rua.
O UOL flagrou uma dessas agressões, quando um agente atingiu a cabeça de uma pessoa em situação de rua na avenida Rio Branco com um golpe de cassetete. Com sangramento, o homem foi socorrido e levado ao hospital em seguida. As fotos feitas pela reportagem após a agressão foram encaminhadas à Conectas Direitos Humanos e à GCM, que diz investigar o caso.
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