Perícia acha 'pedrinhas azuis' no estômago de jovem envenenado, diz jornal
O laudo do IML (Instituto Médico Legal) confirmou que a existência de "pedrinhas azuis" no estômago do estudante Bruno Carvalho Cabral, 16. Ele passou mal após almoçar na casa da madrasta Cintia Mariano Dias, suspeita de envenenar ele e a irmã, Fernanda, 22, que morreu no dia 15 de abril.
O documento, obtido pelo jornal O Globo, relata que foram encontrados "quatro grânulos esféricos diminutos, de tamanhos variados, de coloração variando entre azul escuro e preto", que "pode sugerir a ingestão de um produto comercializado clandestinamente como raticida, popularmente conhecido como chumbinho".
Apesar do resultado, não foi possível detectar se havia inseticidas ou outras substâncias tóxicas no corpo do garoto. "Mesmo com a presença de grânulos, um resultado negativo é possível devido a fatores como: tempo decorrido entre a ingestão do produto e a coleta do material para exame, dose utilizada e intervenções hospitalares realizadas, como a gástrica", diz o laudo, assinado pela perita Aline Machado Pereira.
A assessora técnica da Secretaria de Polícia Civil, Denise Rivera, informou ao jornal O Globo que a presença do chumbinho é mais difícil de ser comprovada porque a substância se deteriora rapidamente no corpo. No entanto, os grânulos encontrados no estômago e os sintomas relatados por Bruno são suficientes para atestar este tipo de envenenamento.
Em entrevista ao "Fantástico" no domingo (29), Bruno contou que percebeu algo de errado ao ver a madrasta "desesperada" após servir um feijão com "pedrinhas azuis" para ele, em um almoço na casa da família.
A mãe dele, Jane Carvalho Cabral, também contou ao programa que o filho voltou para casa com os mesmos sintomas da irmã, que passou mal após um jantar na casa da madrasta. "Ele já pedia água com a língua enrolando. E dali que foi que eu me alertei. Já estava entendendo o que tinha acontecido com a Fernanda."
O filho biológico de Cíntia Mariano prestou depoimento na 33ª DP, em Realengo, e relatou que a mãe confessou ter envenenado os dois enteados. Já a irmã dele, também criada pela suspeita, disse ter visto um líquido esverdeado no prato de Bruno.
Cintia está presa em Benfica, no Rio de Janeiro, desde o dia 20 de maio.
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