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Chefe da Funai sobre indigenista sumido: Não permitiríamos missão sem apoio

Indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas - Reprodução/ TV Globo
Indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips desapareceram no Vale do Javari, no Amazonas Imagem: Reprodução/ TV Globo

Do UOL, em São Paulo

07/06/2022 20h47Atualizada em 07/06/2022 21h22

O presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marcelo Xavier, declarou que "jamais" seria permitido uma missão no Vale do Javari, no Amazonas, sem o devido apoio. A declaração ocorreu hoje, à revista Veja, após o sumiço do indigenista e servidor licenciado da Funai, Bruno Araújo Pereira, e do jornalista britânico Dom Phillips, desaparecidos desde a manhã de domingo (5) na região do estado amazonense.

Segundo o presidente da Funai, Bruno teria se licenciado do cargo para resolver problemas particulares e a entidade não sabia da presença do indigenista na região.

Jamais permitiríamos uma missão oficial sem o devido respaldo e apoio técnico. Ainda mais uma área próxima da fronteira com o Peru, considerada de alto risco pela ação do narcotráfico. Não sabíamos o que ele [Bruno] estava fazendo ali, mesmo assim deslocamos nossas equipes para auxiliar nas buscas. Marcelo Xavier, presidente da Funai

Xavier também esclareceu que todas as missões realizadas pela Funai contam com ações preventivas para minimizar os riscos decorrentes delas.

Organização aponta erros nas buscas

De acordo com Eliesio Marubo, procurador da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), organização que primeiro avisou sobre os desaparecimentos, a Marinha brasileira enviou equipamentos "inadequados" para auxiliar nas buscas do jornalista e do indigenista. A afirmação ocorreu em entrevista à GloboNews hoje.

"O pessoal da Marinha chegou a Atalaia do Norte, mas, parece que não trouxeram os equipamentos adequados para adentrar esses lugares estreitos. Falaram que estão tentando trazer motos aquáticas para acessar", relatou o procurador.

Marubo contou que a União começou as buscas diretamente no domingo — iniciando as procuras junto à Polícia Federal ontem. Ainda assim, no entanto, o procurador revelou que a Marinha e o Exército pediram informações, mas não responderam mais sobre o assunto.

"Saímos por volta das 14h e ficamos tanto com ela quanto com a Polícia Federal. Foi assim que iniciou-se essa saga com o exército brasileiro. A marinha e o exército pediram informações, mas não recebemos nenhuma resposta naquele momento", afirmou.

A Univaja "continuou o que fizemos no domingo e continuamos procurando", até a chegada dos equipamentos da Marinha. Além disso, a entidade também contou que a instituição prometeu um helicóptero para esta terça-feira, que ainda não havia chegado em Atalaia do Norte.