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Centro de São Paulo já foi palco de incêndios históricos; relembre

Do UOL, em São Paulo

11/07/2022 09h45

O centro de São Paulo, região onde fica um prédio atingido pelas chamas desde a noite de ontem, já foi palco de outros incêndios de grande proporção. O estabelecimento comercial fica na rua Barão de Duprat, na Sé, e se espalhou para prédios vizinhos. Dois bombeiros ficaram feridos.

Os incêndios nos edifícios Andraus e Joelma, ocorridos no centro da capital paulista na década de 1970, forçaram uma mudança na prevenção ao fogo em imóveis no Brasil. Entre as transformações incluídas nas obras estão a proteção de fachadas, barreiras entre os pisos, saídas de emergência e uso de sprinklers (sistema de bombeamento de água).

Relembre abaixo:

Andraus

A tragédia no Andraus, prédio de 32 pavimentos na avenida São João, no centro, ocorreu em 24 de fevereiro de 1972 e deixou 16 mortos e mais de 300 feridos.

O incêndio foi causado por uma sobrecarga do sistema elétrico do edifício, inaugurado em 1962, dez anos antes. As chamas atingiram cinco prédios vizinhos.

Helicópteros auxiliaram no resgate de sobreviventes. A praça Princesa Isabel, também na região central, se tornou um heliporto. Os helicópteros chegavam ao terraço do prédio em chamas, resgatavam os sobreviventes e pousavam na praça onde as ambulâncias aguardavam.

Incêndio no edifício Andraus, em São Paulo (SP) - Folhapress - Folhapress
Tragédia no Andraus em 1972 deixou 16 mortos e mais de 300 feridos
Imagem: Folhapress

Joelma

No dia 1º de fevereiro de 1974, um incêndio no edifício Joelma, na região central da capital paulista, começou às 8h54, no 12º andar. Dez dos 25 andares do prédio comercial eram usados como estacionamento; nos outros 15, trabalhavam 750 pessoas.

Os bombeiros chegaram ao local pouco tempo depois, às 9h10. Um helicóptero da FAB (Força Aérea Brasileira) foi acionado, mas não conseguiu pousar no topo do edifício para ajudar no resgate das vítimas. Como as escadas e os jatos d'água dos bombeiros não alcançavam os andares mais altos do prédio, um cabo foi colocado entre o Joelma e o edifício vizinho, o Saint Patrick.

O fogo foi controlado às 10h30, com um resultado de 188 mortos e mais de 300 pessoas feridas. Até hoje, o incêndio no edifício Joelma é o terceiro maior do país em número de vítimas, ficando atrás apenas do incêndio no Gran Circus Norte-Americano, em 1961, em Niterói (RJ) — mais de 500 mortos — e da tragédia na boate Kiss, em 2013, em Santa Maria (RS), que vitimou 242 pessoas.

Os bombeiros chegaram ao edifício Joelma (na região central de São Paulo) às 9h10, pouco tempo depois do início do incêndio, mas as escadas Magirus e os jatos d'água não conseguiram alcançar os andares mais altos. O fogo foi controlado às 10h30. Das 750 pessoas que trabalhavam no prédio, 188 morreram e mais de 300 ficaram feridas - Eivind Molberg/ Folhapress - Eivind Molberg/ Folhapress
Incêndio no edifício Joelma, em 1974. Mais de 300 feridos e 188 mortos
Imagem: Eivind Molberg/ Folhapress

Wilton Paes de Almeida

O edifício Wilton Paes de Almeida, de 24 andares, desabou por volta das 2h20 da madrugada no dia 1º de maio de 2018, depois de pegar fogo no Largo do Paissandu.

Cerca de 150 famílias moravam nos primeiros dez andares do prédio, que era uma ocupação irregular.

Sete pessoas morreram e duas ficaram feridas no incêndio e desabamento do edifício.

Escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou após incêndio no Largo do Paissandu e atingiu uma igreja, no Centro de São Paulo (SP), em maio de 2018 - Danilo Verpa/Folhapress - Danilo Verpa/Folhapress
Escombros do edifício Wilton Paes de Almeida, que desabou após incêndio no Largo do Paissandu e atingiu uma igreja, no Centro de São Paulo (SP), em maio de 2018
Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado, Santa Maria fica no Rio Grande do Sul (RS), e não em Mato Grosso do Sul (MS). O texto foi corrigido.