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'Faraó dos Bitcoins' se aliou a piloto do cartel de Pablo Escobar, diz PF

Glaidson Acácio dos Santos foi detido pela PF em 2021 - Reprodução / TV Globo
Glaidson Acácio dos Santos foi detido pela PF em 2021 Imagem: Reprodução / TV Globo

Marcela Lemos

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

11/08/2022 18h09

Uma investigação da PF (Polícia Federal) aponta que Glaidson Acácio dos Santos, o "Faraó dos Bitcoins", que já está preso, se aliou a Ricardo Rodrigues Gomes, o "Piloto", um comparsa do narcotraficante colombiano Pablo Escobar, para expandir os negócios fraudulentos de criptomoedas para os Estados Unidos.

O relacionamento de negócios entre ambos para supostos crimes foi descoberto durante as investigações que resultaram, na manhã de hoje, na Operação Flyer One - a quarta fase da Operação Kryptos - com o objetivo de desarticular a organização criminosa que foi responsável por fraudes bilionárias com criptomoedas, no Brasil e no exterior. Além da PF, o MPF (Ministério Público Federal) participa da apuração.

De acordo com a PF, Piloto foi um dos responsáveis pelo transporte de drogas do cartel de Escobar. Ele chegou a ser preso por tráfico internacional de drogas, mas posteriormente saiu do Brasil portando passaporte falso.

Nos EUA, o comparsa de Escobar também utilizou documentos falsos para a realização de depósitos nas contas da empresa e o envio de criptoativos em dólar para Glaidson.

A investigação aponta ainda que Piloto foi o responsável por viabilizar a documentação necessária à estadia dos líderes da organização criminosa no país americano, "bem como por satisfazer uma série de seus desejos pessoais como a aquisição de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas, por meio da utilização de sua filha como interposta pessoal", diz a PF em nota.

Segundo uma reportagem do jornal O Globo, Piloto foi ainda o responsável por agilizar a tentativa de saída do Faraó dos Bitcoins do país.

O UOL tenta localizar a defesa de Glaidson dos Santos e Ricardo Gomes para comentar a operação de hoje.

Policiais apreendem carros de luxo em operação

Na ação, 25 policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão, nas cidades do Rio de Janeiro e Cabo Frio, na Região dos Lagos, além da inclusão dos alvos, que estão nos EUA, na difusão vermelha da Interpol. Nesta fase da operação, foram apreendidos dez veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 6 milhões.

Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, poderão cumprir pena de até 22 anos de reclusão.

Glaidson está preso desde agosto de 2021 pelos crimes contra o sistema financeiro nacional, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Ele responde ainda pelo crime de homicídio cometido contra o investidor em criptomoedas Wesley Pessano, em julho de 2021, em São Pedro da Aldeia, cidade da Região dos Lagos do Rio. Contra Glaidson também foi expedido um mandado de prisão por estelionato.