Perdi meu pai por intolerância, diz filho de petista morto por bolsonarista
Familiares e amigos do petista e guarda municipal Marcelo Arruda - morto em sua festa de aniversário pelo bolsonarista Jorge Guaranho - pediram paz, justiça e tolerância em um ato na manhã de hoje em Foz do Iguaçu (PR), a 636 km de Curitiba.
O filho de Marcelo, Leonardo Miranda de Arruda, 26, lamentou a ausência do pai. "Estou comemorando o Dia dos Pais sem meu pai porque um assassino, por intolerância política, acabou tirando ele de mim. Que ele possa começar pagar pelo que fez na prisão".
A morte de Marcelo ocorreu em 9 de julho quando comemorava 50 anos em uma festa temática do PT, com bandeiras e cores do partido e a foto do ex-presidente e candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Já Guaranho recebeu alta do hospital esta semana e está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
Leonardo lembrou que o pai era muito conhecido na cidade por ser filiado ao PT, e estar no Sindicato dos Servidores Municipais de Foz do Iguaçu - Sismufi. Ele também recorda que Marcelo agia com tolerância em relação às ideias que discordava.
"Estamos propagando isso, o fim desse ódio. É isso que ele defendia". Para Leonardo, o ato representa um reforço no pedido de paz e justiça. "É importante levantar essa bandeira porque não sabemos o dia de amanhã nesta sociedade".
Com o filho mais novo de Marcelo no colo, um bebê, a viúva Pamela Silva, 38, participou do ato e destacou a necessidade de justiça.
"Agora que houve o crime, que haja justiça". Ela disse que a família está acompanhando o desdobramento do processo de perto junto aos advogados. "Aquele cara deveria ter ficado em casa naquele dia", diz se referindo a Guaranho, que após passar pela primeira vez no local do crime, acabou retornando com arma em punho.
Um dos irmãos de Marcelo, José Arruda, 55 anos, lembrou da infância difícil da família e que desde pequeno Marcelo aprendeu a ajudar outras pessoas. "Estamos clamando por justiça. A justiça que não funcionou até agora como queremos. Quem fez esse ato (a morte de Arruda) tem que pagar, não vamos deixar as coisas como estão", diz.
Durante o ato, amigos de Marcelo também lembraram o lado conciliador e tolerante do petista. "O Marcelo tinha diversidade política e respeitava outras opiniões", lembra o sub inspetor da Guarda Municipal Gregório Back, que trabalhou ao lado de Marcelo.
O ato teve início por volta das 9h em frente à igreja Nossa Senhora de Guadalupe, na Vila A. Após orações e manifestações da família e amigos, o grupo fez uma rápida passeata e caminhou pela feirinha da Vila A entregando flores para pais, em homenagem ao Dia dos Pais.
Algumas pessoas se emocionaram ao ver o ato. "Enquanto alguém atira no meu pai, eu entrego rosa", disse Leonardo.
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