Homenagem a delegado da PF morto em MT tem aplausos e comoção de colegas
Agentes da PF (Polícia Federal) homenagearam o delegado Roberto Moreira da Silva Filho, morto na madrugada de hoje durante uma operação contra a extração ilegal de madeira na terra indígena de Aripuanã, em Mato Grosso.
Roberto Filho comandava a Operação Onipresente quando foi atingido na cabeça por um disparo feito pelos próprios policiais ao tentarem impedir a fuga de um caminhoneiro que quis atropelar os agentes.
O corpo do delegado foi enviado de avião de Aripuanã a Cuiabá, onde chegou no final da tarde ao Aeroporto Marechal Rondon. Colegas da PF fizeram um comboio até o local para a chegada dele.
Por volta das 17h30 (horário local), uma homenagem aconteceu no hangar por cerca de uma hora com a presença de agentes e chefes da PF. A cerimônia de despedida foi marcada por comoção e aplausos dos policiais, que cobriram o caixão com uma bandeira da instituição.
"Ultimamente a gente não estava poupando elogios, estávamos falando 'você realmente é diferenciado'", disse o superintendente da PF de Mato Grosso, Sérgio Sadao Mori, ao elogiar o delegado durante a cerimônia.
"Eu fico feliz porque a gente teve a oportunidade de falar isso para ele. Certamente ele se vai sabendo que foi reconhecido", acrescentou.
Após a homenagem, o corpo de Roberto Filho seguiu para Brasília. O velório para a família acontece amanhã durante a tarde no cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul.
Ministro lamenta morte de delegado da PF
Roberto Filho e a equipe da PF fiscalizavam caminhões na região da terra indígena de Aripuanã quando um motorista se recusou a parar, descumprindo uma ordem policial, e tentou atropelá-los. Os policiais atiraram, mas uma das balas ricocheteou e atingiu o delegado na cabeça.
Ao UOL, a assessoria da PF confirmou que ele usava colete à prova de balas e demais equipamentos de segurança necessários para a abordagem.
A PF de Mato Grosso afirmou que o caminhoneiro conseguir fugir do local da fiscalização, mas foi identificado após procurar atendimento médico para tratar um ferimento no pé.
O homem foi interrogado pela Polícia Civil e deve responder por tentativa de homicídio, entre outros crimes, por jogar o caminhão em direção a equipe da PF.
Natural de Brasília, Roberto Filho era chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico do Mato Grosso desde dezembro de 2020. Antes de assumir o cargo, ele participou de várias operações ambientais no estado.
Segundo a assessoria da PF, Roberto Filho foi responsável por inúmeras ações que resultaram em prisões em flagrante, apreensão de madeira ilegal e destruição de veículos e equipamentos usados em práticas delituosas. Ele foi descrito como um agente muito atuante.
Em nota, a PF expressou pesar pela morte do delegado. No texto, o órgão ressaltou que a superintendência da PF em Mato Grosso está acompanhando de perto a investigação sobre as circunstâncias da morte.
Somente após a perícia será possível identificar o autor do disparo, informou a assessoria da PF.
O MPF (Ministério Público Federal) em Mato Grosso também se manifestou sobre a morte do delegado, destacando seu profissionalismo e seriedade no combate a crimes ambientais no estado.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, lamentou o caso nas redes sociais dizendo que recebeu a notícia com "imenso pesar".
*Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil
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