Padre é ameaçado de morte ao alugar salão para festejar aniversário de Lula
Um padre de Rondonópolis (MT) registrou um boletim de ocorrência após receber ameaças de morte pela internet e por telefone no município. Volnei Weber, 52, alugou o salão da paróquia para um evento de comemoração ao aniversário do ex-presidente Lula - que fez 77 anos ontem.
Apesar de outros eventos políticos já terem sido realizados no salão da paróquia antes do primeiro turno, a comoção em torno do anúncio da comemoração do aniversário do ex-presidente fez com que a Paróquia São José Operário emitisse uma nota de esclarecimento sobre o caso.
A nota apontava que a igreja não tinha participação no evento e esclarecia que a locação foi feita seguindo causas contratuais, por R$ 1,2 mil.
"Locamos o salão paroquial para diversos eventos ao longo desses 56 anos de existência da nossa paróquia, tanto para festas particulares, quanto para eventos políticos, tanto da direita e da esquerda. Sempre alugamos esse salão e nunca tivemos problema em relação à locação do mesmo", afirmou o documento.
Um dia depois, porém, a Diocese de Rondonópolis afirmou que o contrato para o evento foi rompido.
"Diante da repercussão nas redes sociais sobre o contrato de aluguel firmado pela Paróquia São José Operário da cidade de Rondonópolis, comunico que após um diálogo fraterno e respeitoso com o Padre Volnei Weber, decidimos romper o contrato para garantir a comunhão que nos identifica como cristãos católicos", disse a Diocese em nota.
O relato das ameaças sofridas pelo padre da paróquia foi registrado na Polícia Civil de Mato Grosso na quarta-feira (26), após dias de polêmica.
Segundo o Boletim de Ocorrência ao qual o UOL teve acesso, as ameaças começaram a ocorrer no dia 25, dois dias antes da festa, por grupos de WhatsApp e ligações feitas à secretaria da paróquia.
"Algumas [ameaças] diziam o seguinte: 'Tinham que matar um padre desse', 'Esse padre deveria ser expulso da cidade' e 'que esse padre deveria ser linchado em praça pública'", diz trecho do boletim de ocorrência.
O documento ressalta, ainda, que a locação do salão foi cancelada para "acalmar os ânimos da população".
O evento foi transferido para o Centro de Eventos Tulipas, outra locação do município. Em nota, os organizadores da festa afirmaram que as ameaças contra o padre foram feitas por "grupos da extrema-direita nas redes sociais".
Segundo a organização, a repercussão em torno da festa fez com que a festa ficasse lotada e o salão atingisse a capacidade máxima de visitantes, com pessoas amontoadas até mesmo na rua do centro de eventos. A princípio, duas mil pessoas eram esperadas e a contagem final dos organizadores foi de 6 mil presentes.
O UOL buscou a Polícia Civil de Mato Grosso em busca de informações sobre as investigações do caso, mas o órgão confirmou, apenas, que o caso é investigado como "ameaça e preservação de direito". "Por se tratar de crime de âmbito privado, detalhes não são repassados", afirmou o órgão.
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