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Porteiro é agredido por morador após discussão por encomenda no RJ; veja

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

21/11/2022 14h54Atualizada em 21/11/2022 15h33

A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma agressão sofrida pelo porteiro Max dos Santos Martins, 36, funcionário do Edifício Lavoisier, localizado em Ipanema. O caso aconteceu na noite de sábado (19), mas as imagens foram divulgadas hoje.

Câmeras de monitoramento do prédio flagraram o porteiro sendo agredido pelo morador Wellder Luiz Fontes, após uma discussão envolvendo a entrega de um pacote rasgado, ocorrida há mais de ano. Max, que sofreu cortes na boca, conta que, correu para pedir ajuda após ser agredido.

"Há um ano chegou uma correspondência para esse morador, ela tinha uma pequena fissura, um pequeno amasso, o que é normal. Quando eu fui entregar para ele, ele reclamou, eu tentei explicar que eu nem tinha visto, senão teria recusado a encomenda. Ele reclamou com o síndico, o síndico me fez uma advertência, mas aí começaram as perseguições", disse Max, ao UOL.

Nas imagens do circuito interno é possível ver o porteiro filmando o morador e, logo em seguida, Wellder o agredindo com vários socos. O porteiro desce uma escada e, nesse momento, o agressor dá um chute em suas costas.

Max Martins conta que, após o desentendimento da encomenda, sempre que Wellder Fontes passava pela portaria, não o cumprimentava e, quando falava, fazia piadas sobre o ocorrido.

porteiro - Tatiana Campbell/UOL - Tatiana Campbell/UOL
O porteiro Max dos Santos Martins, 36, trabalha há quase 10 anos no edifício
Imagem: Tatiana Campbell/UOL

"No sábado eu estava na portaria e ele foi falar com um outro colega que o avisou sobre uma encomenda que tinha chegado. Aí ele olhava pra mim e dizia: 'Melhor eu verificar a caixa, porque tem porteiro aqui que é safado, que é ladrão, que rouba todo mundo do prédio e eu quero saber se minha encomenda está inteira'. Eu perguntei pra ele se ele estava falando comigo, e ele disse que sim", conta Max.

Segundo o porteiro, ele avisou que começaria a gravar as denúncias que Wellder estava fazendo já que o morador continuava o chamado de ladrão. Logo após o início da gravação, Max diz: "Você acha que está falando com quem? Com a sua mãe?". Nessa hora, as agressões têm início.

"Ele agora está alegando que eu o agredi. Eu não bati nele, as câmeras mostram isso. No momento da agressão eu pensei em correr pra rua, para ver se alguém me ajudava, porque ele estava descontrolado, dava para ver no rosto dele. Já na rua, passava uma patrulha do Ipanema Presente e eu pedi ajuda. Ele [o morador] ainda quis me agredir na frente dos policiais, estava alterado. Os PMs tiveram que pedir reforço", conta o porteiro.

O caso então foi levado para a 14ª DP, a delegacia do Leblon, também na zona sul do Rio. Hoje pela manhã uma equipe da Polícia Civil esteve no prédio para recolher as imagens das câmeras de monitorando. Um inquérito foi aberto com as denúncias de injúria e lesão corporal.

"Eu quero só justiça, faço meu trabalho com o maior carinho, trabalho aqui há quase 10 anos e nunca tive problema. Eu saí de casa inteiro para trabalhar e voltei machucado, estou revoltado", lamentou o porteiro.

A reportagem do UOL enviou mensagens e ligou para Wellder Fontes, mas o morador não respondeu e não atendeu as chamadas.