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PMs e ex-presidente de escola de samba são alvo de operação no RJ

MP também realiza mandados de busca e apreensão na casa de suspeitos  - Reprodução/Globo News
MP também realiza mandados de busca e apreensão na casa de suspeitos Imagem: Reprodução/Globo News

Do UOL, em São Paulo

29/11/2022 12h46Atualizada em 29/11/2022 12h46

Um grupo suspeito de comandar esquemas de jogos de azar é alvo de uma operação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) desde o início da manhã de hoje. Policiais militares estão entre os procurados pelas autoridades, que já prenderam 10 dos 26 investigados, que teriam cometido os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.

Em um primeiro momento, a investigação foi instaurada para apurar a denúncia de um bingo clandestino em Copacabana, que funcionava com a permissão de PMs. O caso teve uma reviravolta depois que o responsável por confeccionar as cartelas para o bingo foi identificado, levando a vários outros clientes que também usavam seus serviços para realizar jogos de azar.

Para garantir o lucro em cima dos apostadores, essas organizações utilizavam diferentes modos de fraudar os resultados dos jogos, corrompendo policiais militares e usando a violência contra possíveis rivais, segundo nota publicada pelo MP-RJ.

Além da busca pelos suspeitos de participar dos crimes, a operação de hoje também cumpre 57 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara Especializada em Crime Organizado do TJRJ.

Entre os criminosos ainda procurados está Bernardo Bello Pimentel Barbosa, o "Play", que já é conhecido da polícia carioca por sua participação no jogo do bicho. O homem, ex-presidente da escola de samba Vila Isabel, foi preso em janeiro deste ano em Bogotá, na Colômbia, quando voltava de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, acusado de ser o mentor intelectual da morte de outro bicheiro, Alcebíades Paes Garcia, o Bid.

Segundo o jornal Extra, ele foi detido em uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital da Polícia Civil, também em parceria com o Ministério Público do Rio, quando seu nome já estava na difusão vermelha da Interpol como um fugitivo procurado, classificado como "perigoso" e "violento".

Bernardo Bello chegou a ser extraditado para o Brasil e permaneceu preso até junho, quando conseguiu um habeas corpus para responder ao processo em liberdade.

Ao comentar a participação de policiais no mesmo esquema, a nota do MP-RJ afirmou que a investigação aponta "corrupção sistêmica de Batalhões da Polícia Militar", com três agentes denunciados e quatro oficiais alvo de busca e apreensão em suas residências, entre eles o ex-secretário de Estado da corporação, Rogério Figueiredo de Lacerda.