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Policial é suspeito de estuprar jovem durante denúncia em delegacia no Rio

O caso teria ocorrido no 12ªDP (Delegacia de Polícia) de Copacabana, no Rio de Janeiro - Reprodução/Google Maps
O caso teria ocorrido no 12ªDP (Delegacia de Polícia) de Copacabana, no Rio de Janeiro Imagem: Reprodução/Google Maps

Do UOL, em São Paulo

13/02/2023 21h41Atualizada em 13/02/2023 21h41

Uma mulher de 25 anos diz que foi abusada sexualmente por um policial civil enquanto estava no 12ªDP (Delegacia de Polícia) de Copacabana (RJ) em razão de uma ocorrência envolvendo o namorado dela. A Justiça não aceitou o pedido de prisão do policial civil, e a defesa do suspeito nega as acusações.

Segundo o boletim de ocorrência, ao qual o UOL obteve acesso, a vítima, que não quis ser identificada, disse que discutiu com o namorado na rua e foi levada por um veículo da PM até a delegacia para o registro do episódio. Porém, no local, o seu companheiro foi colocado em uma cela e ela decidiu não fazer o boletim.

A vítima pediu a soltura do rapaz e o policial, identificado como Genilson Barbosa Bonfim, e, segundo ela, exigiu que ela fizesse sexo com ele para soltar o namorado. O agente a levou para uma espécie de quarto no DP, teria colocado uma arma em cima da mesa e a ameaçou dizendo saber o seu endereço.

O advogado da vítima, Patrick Rosa Barreto, disse ao UOL que a cliente ainda foi agredida e enforcada durante o abuso sexual. O episódio ocorreu entre 2h e 6h do dia 3 de fevereiro.

Ela afirma que, após o abuso, foi liberada para ir para casa com a promessa de que o namorado seria solto. O namorado da vítima foi liberado às 8h. Mas, de acordo com o advogado da mulher, o crime cometido pelo rapaz geraria a assinatura de um termo circunstanciado de ocorrência e ele seria liberado, portanto, o policial teria sido "mal-intencionado" ao falar que o homem ficaria preso.

Suspeito enviou mensagem para a vítima com elogios

Depois do abuso sexual, o homem enviou mensagem para a vítima, entre elas, elogiando as partes íntimas da mulher. O UOL obteve acesso às mensagens.

Segundo a jovem, o policial civil trocou mensagens com ela - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Segundo a jovem, o policial civil trocou mensagens com ela
Imagem: Arquivo Pessoal

De acordo com o Laudo de Exame de Corpo Delito de Conjunção Carnal, assinado pela perita legista Denise Macedo Jana no dia 4 de fevereiro, há vestígios de violência real por "ação contundente", mas são necessários outros exames que comprovem a violência sexual.

Segundo a vítima, ela teve relação sexual consensual com o namorado no dia 31 de janeiro e o estupro teria ocorrido no dia 3 de fevereiro. A mulher registrou o caso na Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher) do Centro que, segundo a Polícia Civil, ouviu os envolvidos e testemunhas, além de realizar diligências. A autoridade pediu a prisão do policial civil, mas a ação foi negada pela Justiça.

A Polícia Civil informou que o celular do suspeito foi apreendido e encaminhado à perícia.

"Em paralelo, a Corregedoria-Geral da Polícia Civil (CGPOL) instaurou sindicância e afastou imediatamente o servidor. A Polícia Civil reforça que não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta e que todos os fatos já estão sendo apurados, assim como as medidas cabíveis serão adotadas no rigor da lei."
Polícia Civil em nota

Defesa diz que policial provará que não cometeu crimes

De acordo com o SINDPOL/RJ (Sindicato dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro), que está defendendo o agente, o policial "tem 24 anos de carreira, sem quaisquer anotações em sua ficha funcional".

"A investigação comprovará que o policial civil não cometeu os atos que lhe são imputados e que tem direito à presunção de inocência, já que nada restou provado em seu desfavor."

Em um vídeo divulgado no site do SINDPOL/RJ, o advogado do sindicato Ricardo Monteiro diz que o suspeito é "querido e respeitado pelos seus colegas de trabalho" e que a defesa "repudia as acusações".