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Suspeito de matar empresário em Procon de MS foi reformado por incapacidade

Antonio Caetano de Carvalho, 67, atuava no ramo automotivo há mais de 40 anos e gostava de atividades ao ar livre - Reprodução/Facebook
Antonio Caetano de Carvalho, 67, atuava no ramo automotivo há mais de 40 anos e gostava de atividades ao ar livre Imagem: Reprodução/Facebook

Maurício Businari

Colaboração para o UOL

14/02/2023 17h51

O militar aposentado suspeito de ter matado a tiros o empresário Antônio Caetano de Carvalho, 67, durante uma audiência de conciliação realizada ontem (13) na sede do Procon de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, segue desaparecido.

O subtenente José Roberto Souza, 53, apresentava problemas psicológicos já há alguns anos e, segundo a Polícia Militar, foi reformado em 2015 por "incapacidade definitiva" — concedida apenas quando a pessoa é considerada incapaz de reabilitação profissional.

Nomeado para defender o militar, o advogado Paulo Alberto Doreto disse ao UOL que seu cliente ainda não se comunicou com ele. Chamado pela família do suspeito, ele afirmou ainda que não teve acesso aos autos e que, por essa razão, seria difícil falar a respeito do caso.

"Preciso que ele apareça, para assinar uma procuração, me nomeando oficialmente como seu advogado", explicou Doreto ao UOL. O advogado é especializado em Direito Criminal e por isso foi chamado pela família do militar.

"Ele está desaparecido e nem a família sabe de seu paradeiro. Como ele ainda deve estar de posse de uma arma, os familiares estão desesperados. Estamos mobilizando todas as pessoas que o conhecem para que nos informem caso o avistem. Ele precisa se entregar e responder judicialmente pelo crime".

Segundo a PM do Mato Grosso do Sul, José Roberto é policial militar da reserva desde 2011, e foi reformado (aposentado) em 2015.

"De acordo com o Diário Oficial do Estado, ele foi reformado por incapacidade definitiva. Em cumprimento à legislação vigente, a arma cautelada pelo policial foi devolvida ao estado antes deste passar à inatividade. Esse é o procedimento de rotina que todo policial militar é submetido ao ingressar na reserva", informou a corporação, em nota.

Em nota, a Polícia Civil informou que, segundo o boletim de ocorrência registrado, durante a audiência de conciliação entre as partes o suspeito teria se exaltado por não concordar com o valor pedido pelo empresário numa tentativa de acordo. Ele teria então se levantado da cadeira, sacado a arma que estava em sua cintura e efetuado três disparos contra a vítima, dois na cabeça e um na nuca.

"Logo depois do incidente, o autor se evadiu do local, tomando rumo ignorado", informa o órgão. Pouco após a chegada dos agentes, também compareceu à cena do crime a equipe da Perícia Criminal, que realizou exames. "No local, havia muito sangue ao chão, e também foram encontrados vestígios, como estojo e projetil de arma de fogo, a princípio, compatíveis com calibre 380".

O Procon de Mato Grosso do Sul foi contatado para confirmar a versão que consta do boletim e prestar mais informações, mas até o momento não havia respondido aos questionamentos.