O acordo com vinícolas gaúchas para o pagamento de indenizações de R$ 7 milhões a trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão pode ser considerado bom, mas ainda é muito pouco. Esta é a análise do colunista Michel Alcoforado, em participação no UOL News nesta sexta. Para o antropólogo, as empresas envolvidas no caso estão distantes da realidade e de demonstrar boas práticas de gestão.
Ele é bom, mas é muito pouco. Esse é um país que nos últimos dez anos, segundo o Ministério Público do Trabalho, mais do que dobrou o número de casos e de denúncias de pessoas que vivem em modo de trabalho análogo à escravidão. Nesse mesmo país, uma empresa entra em acordo, mas acha que aquilo é só uma forma de ressarcimento das vítimas e onde ela não tem culpa. É uma empresa marcada por uma mentalidade escravagista e descolada das práticas de ESG. Michel Alcoforado, antropólogo e colunista do UOL.
Alcoforado também destacou a reação da sociedade ao cobrar soluções e punições aos envolvidos. O colunista citou o contraste entre os "verdadeiros cidadãos de bem" e os apoiadores da direita, que se calaram diante do escândalo e se mostraram mais preocupados com prédios do que com as pessoas.
É interessante notar um movimento da sociedade brasileira para pressionar alguma medida diante desse processo todo. Eu ressignificaria a maneira como vínhamos classificando os brasileiros, de gente verdadeiramente de bem. A direita brasileira tradicional silenciou muito nas últimas semanas sobre esses casos de trabalho análogo à escravidão. Eles ficaram muito chateados quando o MST e movimentos da sociedade civil foram para a porta das vinícolas para jogar bolinhas de tinta vermelha, mostrando que, para muita gente, prédio interessa mais do que gente Michel Alcoforado, antropólogo e colunista do UOL.
Josias: Crime de Nikolas Ferreira dá cadeia; infelizmente, isso não acontecerá
Ao comentar as punições cabíveis ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que proferiu um discurso transfóbico na Câmara, Josias de Souza foi cético. O colunista lamentou que, apesar da gravidade do caso, o parlamentar não será preso e demonstra que o bolsonarismo ainda terá longevidade no país.
Primeiro, deveria ser a cassação do mandato. Segundo, a cadeia, porque a transfobia é um crime reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal. Isso é o que deveria acontecer, mas infelizmente não acontecerá e podemos dizer isso com muita segurança. Esse é o histórico do Congresso Nacional, onde não há inocentes: só culpados e cúmplices Josias de Souza, colunista do UOL
Omar Aziz: Além de cassado, Nikolas Ferreira deve ser banido da política
O senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu uma punição rigorosa ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que proferiu um discurso transfóbico na Câmara no Dia Internacional da Mulher. Omar fez duras críticas ao parlamentar e disse que ele, além de perder o mandato, deveria ser banido da política.
Esse tipo de gente tem que ser banida da política. Isso não é política. É um cara que se traveste de político para querer aparecer e ganhar seguidores. Não está atrás de ajudar o povo brasileiro ou de votar matérias importantes. Lógico que tem que ser cassado. Já era para o Conselho de Ética se reunir, pedir o afastamento dele da Câmara e, no processo, chegar à cassação. Essas pessoas só estão atrás de voto. [Atacar pessoas trans] Dá muito voto, sim Omar Aziz, senador (PSD-AM)
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