Pistoleiro, justiceiro, maníacos: quem são maiores 'serial killers' do país
Os principais assassinos em série ainda vivos no Brasil mataram em ações relacionadas a abusos sexuais, crimes de pistolagem ou por vingança. Apontado como um dos maiores "serial killers" do país, Pedrinho Matador foi assassinado na manhã de 5 de março na frente de casa da família em Mogi das Cruzes (SP).
Maníaco do Parque
Francisco de Assis Pereira foi condenado a mais de 280 anos de prisão por ter estuprado e matado seis mulheres e por ter tentado assassinar outras nove.
Os crimes aconteceram na mata do Parque do Estado, na zona sul de São Paulo. Segundo a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária), ele está preso desde agosto de 1998.
Aos 55 anos, ele cumpre pena na penitenciária de Iaras, no interior paulista. A unidade é destinada a condenados por estupro ou ameaçados de morte. Ele ocupa seus dias com crochê e tricô, bordando tapetes e toalhas para banheiros.
Ele também costuma ler a bíblia e frequentar cultos evangélicos. É considerado um preso de bom comportamento.
"O nome da morte"
A história do pistoleiro foi contada no livro "O nome da morte: a história real de Júlio Santana, o homem que já matou 492 pessoas", escrito pelo jornalista Klester Cavalcanti. A obra venceu o Prêmio Jabuti de Literatura de 2006.
Lançado em mais de 20 países, o best-seller com a história do matador de aluguel que disse ter cometido assassinatos entre 1971 e 2006 virou filme. O longa-metragem dirigido por Henrique Goldman foi lançado em 2017.
O matador de aluguel que morava em Porto Franco, no interior do Maranhão, nunca respondeu criminalmente pelos homicídios. Como era constantemente procurado para matar na região onde atuava, decidiu se mudar há mais de 15 anos.
Ainda que seja um assassino em série, Júlio não é considerado como um típico "serial killer", segundo Cavalcanti.
Ele não tinha essa coisa do prazer, do distúrbio e da compulsão. Ele matava só por dinheiro. E era um pistoleiro discreto, que não gostava de chamar a atenção."
Klester Cavalcanti, autor do livro sobre Júlio Santana
Com 68 anos, ele hoje mora com a esposa e um dos filhos. A família vive em uma chácara em uma cidadezinha no interior da Paraíba, onde tem criação de galinhas e porcos.
O "justiceiro" da zona sul de São Paulo
Jonas Félix da Silva, 69, foi acusado de matar ao menos 50 pessoas. Ele contou que começou a cometer os homicídios em 1986, quando a casa onde morava com a mulher e os três filhos foi invadida por ladrões. A esposa teria sido abusada sexualmente por um dos assaltantes.
Em depoimentos, Jonas afirmou que só matou criminosos e que sempre agiu sozinho. Ele foi acusado de ser o autor de uma chacina que deixou cinco mortos. Na ocasião, alegou que o bando havia invadido uma festa e matado o dono da casa a machadadas.
Condenado a 194 anos de prisão, ele está atrás das grades desde 1996. A defesa de Jonas diz que os 30 anos de cadeia, período máximo de prisão no Brasil, venceram em agosto de 2022 porque ele sempre trabalhou na prisão, reduzindo o tempo de pena. A informação foi revelada pelo colunista Josmar Jozino, do UOL.
Francisco da Chagas Rodrigues de Brito
Ele é acusado de matar e mutilar ao menos 42 meninos entre 1989 e 2003 no Maranhão e no Pará. As vítimas tinham entre 4 e 15 anos de idade.
Preso desde 2004 em São Luís (MA). Francisco das Chagas foi condenado a mais de 400 anos de prisão.
"Maníaco de Goiânia"
O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha chegou a confessar ter matado 39 pessoas, entre mulheres, homossexuais e moradores de rua.
Preso em outubro de 2014, ele foi condenado a 20 anos de prisão em 2016, pelo assassinato da estudante Ana Karla Lemes da Silva, morta com um tiro no peito em dezembro de 2013. Ela tinha 15 anos na época.
Em depoimento, ele disse que era forçado a cometer os crimes por uma força do mal.
Abusos sexuais antes de matar
José da Paz Bezerra, 77, ficou conhecido como o "Monstro do Morumbi". Ele foi acusado de matar 24 mulheres em São Paulo e no Paraná entre as décadas de 1960 e 1970. Mas só foi condenado por sete assassinatos. Em todos os casos, afirmou ter estuprado suas vítimas antes de matá-las.
Cumpriu 30 anos de prisão e foi solto em 2001. A história dele foi contada no livro "Serial Killers: Made in Brazil", de Ilana Casoy.
A obra também conta a história de Marcelo Costa de Andrade, 56, que ficou conhecido como o "Vampiro de Niterói". Ele é acusado de ter estuprado e matado 14 crianças em 1991. Está internado no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico Heitor Carrilho, no Rio de Janeiro, por tempo indeterminado.
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