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Ataques, facção e guerra contra o Estado: entenda a onda de violência no RN
Ataques contra prédios públicos, queima de veículos e medo à população. A onda de violência que aterroriza cidades do Rio Grande do Norte desde a terça-feira (14) contabiliza ao menos 273 ações criminosas até este domingo (19), segundo o governo do estado. Mas o que está por trás dessa crise de segurança que atinge o estado desde 2016?
O que aconteceu?
- Na terça-feira (14), dia em que foi registrada a primeira ocorrência no Estado, ocorreram ao menos 103 atos criminosos em todo o Rio Grande do Norte.
- Neste domingo, foi registrado ao menos um novo ataque em uma estação de trem da cidade de Parnamirim, próximo a capital Natal.
- Os ataques contra prédios públicos, comércios, veículos públicos e privados são realizados, segundo as autoridades locais, pela facção criminosa que atua no estado conhecida como Sindicato do Crime.
- O governo do estado informou que a diminuição dos atos criminosos chegou a 85% neste domingo, com a chegada de reforço às forças de segurança pública estaduais.
- Segundo o governo do estado, até o domingo (19), 10 presos suspeitos de participar dos ataques foram transferidos do presídio Rogério Coutinho, localizado no Complexo de Alcaçuz, para penitenciárias federais.
O que está por trás da onda de violência
- As violações aos direitos humanos nos presídios do estado estão no cerne da onda de violência que atingem os municípios potiguares.
- O órgão federal Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) produziu um relatório que denuncia tortura por parte de policiais penais, castigos físicos, hiperlotação em dois presídios vistoriados, comida estragada, subnutrição dos presos, tuberculose e surtos de dermatite.
- Na quarta (15), familiares de presos fecharam faixas da BR-101, em Natal, em protesto contra o tratamento dado aos presos, como falta de alimentação adequada e fim do banho de sol.
- Diante disso, circulam pelas redes sociais vídeos em que homens mascarados, portando armas de grosso calibre, fazem exigências de melhorias para o sistema prisional do estado.
- Nos vídeos, eles reivindicam o direito a visitas íntimas, visitas regulares, o fim da tortura, banho de sol, iluminação nas celas, melhor alimentação e televisão.
- Os homens mascarados também fazem ameaças ao Estado. "Essa guerra não vai parar enquanto tudo isso que a gente está deixando claro não for aceito pelo governo."
Crises e ataques que se repetem
- Formada em 2012, a facção criminosa Sindicato do Crime nasceu e cresceu com dissidências do PCC (Primeiro Comando da Capital), organização criminosa que atua dentro e fora dos presídios paulistas.
- Em julho de 2016, criminosos queimaram ônibus em Natal e na região metropolitana. A motivação teria sido a instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídios do estado.
- Em 2017, uma nova onda de violência foi desencadeada após o massacre no Presídio Estadual de Alcaçuz. Foram 27 assassinatos. Em represália, as visitas íntimas foram suspensas.
- Em 2018, mais ataques ocorreram no Rio Grande do Norte. Houve ainda ataques em Minas Gerais relacionados à facção Sindicato do Crime.
Reforço na segurança, prisões e apreensões
- Mais de 1.000 policiais da Força Nacional, de estados vizinhos, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Penal Federal, estão em território potiguar para dar apoio às forças de segurança do estado e dos municípios.
- Segundo o governo, 106 suspeitos de participar dos atos criminosos foram presos desde a terça-feira (14).
- As forças de segurança pública que atuam no Rio Grande do Norte somam mais de 10 mil homens e mulheres, segundo informações do governo. Com o reforço, são 11 mil agentes da segurança pública.
- São 117 suspeitos de participação nos atos criminosos foram presos, incluindo 18 presos na Operação Normandia, realizada na sexta-feira (17).
- Entre as apreensões há 34 armas de fogo, 98 artefatos explosivos, 26 galões de combustíveis, motos e carros, dinheiro, drogas, munições e produtos de furto.
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