'É um filme de terror', diz professora que trancou sala em creche
Simone Camargo, professora que trancou a sala durante o ataque a uma creche em Blumenau (SC), disse ao UOL que o ocorrido hoje foi um filme de terror.
O que aconteceu?
Quatro crianças foram mortas por um homem de 25 anos em uma creche de Blumenau (SC) enquanto elas brincavam no parquinho.
Simone foi a professora que trancou alunos em uma sala quando o criminoso invadiu a creche. Ela ligou para a polícia e os bombeiros. Havia 40 crianças na escola no momento do ataque.
As crianças mortas tinham entre 4 e 7 anos, segundo a Polícia Civil: dois meninos de 4 anos, um de 5 e uma menina de 7.
O agressor pulou o muro e atacou as crianças com golpes na cabeça, afirmou o Corpo de Bombeiros.
Após cometer o crime, o agressor se apresentou à Polícia Militar e foi preso.
O que disse a professora?
"Eu achei que era para socorrer as crianças, levar a um lugar mais tranquilo e falar com eles que um titio invadiu o parque. Não pensamos que era para socorrer as crianças que já não estavam mais ali", disse a professora.
Simone também disse que não sabe de "onde vai tirar forças" para continuar. "Eu já me questionei hoje [se penso em voltar a trabalhar], mas não sei dizer. Eu entrei na direção, mas não no parque. No parque não dá ainda."
Simone Camargo, professora da creche
O que a polícia já apurou
O agressor parou uma moto em frente à creche e invadiu o local pulando o muro com a machadinha. Saiu da mesma maneira com que entrou e fugiu em um veículo.
Na sequência, o criminoso se entregou à polícia.
A Polícia Civil informou que irá extrair dados de computadores e celulares do autor do ataque. O objetivo é verificar se houve participação direta ou indireta de outras pessoas no atentado.
A Polícia Civil tenta obter imagens de câmeras de segurança para identificar como foi a ação.
'Poderia ser meu filho'
A dona de casa Michele Daiana Postai, 39, moradora do bairro onde fica a creche, se sensibilizou com a situação. Um dos seus filhos é modelo infantil na mesma agência de uma das vítimas.
"Poderia ter sido meu filho", disse ao UOL. "Fiquei apavorada. Há dois anos ficamos abalados com Saudade [no oeste catarinense, onde outro atentado ocorreu] e agora não podemos não ficar. Nunca imaginamos que podia acontecer do nosso lado."
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