SC: Autor de ataque em creche é indiciado por 4 assassinatos e 5 tentativas
A Polícia Civil de Santa Catarina indiciou o autor do ataque a uma creche de Blumenau pelo assassinato das quatro crianças e pela tentativa de homicídio das outras cinco feridas em coletiva hoje à tarde.
O que aconteceu
Os homicídios foram quadruplamente qualificados. Os agravantes são: motivo torpe, meio cruel, impossibilidade de defesa das vítimas e por serem menores de idade.
A investigação apontou que o homem não pertence a nenhuma célula neonazista. Mais de 20 pessoas prestaram depoimento. A Polícia Civil ouviu a mãe, o padrasto, amigos e pessoas que tiveram algum tipo de contato com o autor do ataque.
O agressor disse à polícia que decidiu fazer o ataque contra crianças porque elas "correm devagar". Em depoimento, observou que uma das crianças chegou a rir para ele, achando que fosse uma brincadeira. Em seguida, ela acabou sendo atingida.
A gente esperava encontrá-lo bem menos agressivo [para ouvi-lo novamente após o crime], coisa que não aconteceu. Ele estava frio, contou como fez, disse que não se arrependia e que e que faria de novo
Ronnie Esteves, delegado responsável pela investigação
Uso de drogas e facadas em padrasto
Após o ataque, a perícia encontrou "indícios de cocaína" no sangue de homem, segundo a Polícia Civil. Outras duas substâncias também foram identificadas.
A Polícia Civil detalhou na coletiva a tentativa de assassinato contra o padrasto e a dependência química do autor do crime. Reportagem publicada pelo UOL revelou que o caso, ocorrido há dois anos, foi registrado equivocadamente como "lesão corporal leve" e não foi investigado.
O padrasto foi atingido por facadas no pescoço, no abdômen e no braço após ter pedido que o enteado saísse de casa. Na época, o padrasto pediu ao enteado que saísse de casa porque ele passou a usar drogas.
Depois disso, o autor do ataque na creche chegou a ser internado em uma clínica de reabilitação. Mas saiu de lá e passou a perseguir o padrasto. "Saí de Blumenau para não ser morto", revelou o padrasto ao UOL.
Como o agressor agiu
Duas semanas antes do crime, o autor do crime teria dito a um amigo que iria fazer "coisa grande". O relato foi dado em depoimento à Polícia Civil de Santa Catarina.
"Ele se reuniu com um amigo na praça e teria dito ainda que faria algo grande, mas não disse o quê", contou o delegado. O agressor disse à polícia que passou em outras duas escolas antes de ir até o Cantinho Bom Pastor, onde matou as crianças.
Segundo o delegado Rodrigo Raitez, o autor do ataque percorreu 22 quilômetros do momento em que saiu de casa até cometer o crime e se entregar à polícia. O percurso teria sido feito em pouco mais de uma hora, de acordo com a investigação.
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