Topo

Telegram entrega à PF dados de grupos ligados a ataques a escolas

Primeiro local alvo de atirador foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti, em Aracruz (ES); outra escola foi atacada na sequência - KADIJA FERNANDES/AFP
Primeiro local alvo de atirador foi a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Primo Bitti, em Aracruz (ES); outra escola foi atacada na sequência Imagem: KADIJA FERNANDES/AFP

do UOL, em São Paulo

21/04/2023 19h00

O aplicativo de mensagens Telegram entregou à Polícia Federal nesta sexta-feira (21) dados sobre grupos neonazistas suspeitos de envolvimento em casos de violência em escolas. Os dados serão analisados pela PF na segunda-feira (24).

O que aconteceu?

Telegram foi obrigado a entregar dados. Na quarta-feira (19), a Justiça Federal no Espírito Santo deu 48 horas para que o Telegram entregasse os dados à PF, sob pena de suspensão do serviço e multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento.

A decisão se refere a investigação sobre o ataque a escolas em Aracruz (ES) em novembro de 2022. O ato deixou quatro mortos (três professoras e uma aluna de 12 anos) e 12 feridos.

Depois do crime, a polícia encontrou materiais com símbolos nazistas na casa do responsável pelos ataques, que tem 16 anos.

Havia ligação com grupos nazistas. Segundo a PF, o pedido de intimação do Telegram foi feito depois que a investigação descobriu interações entre o responsável pelo ataque e grupos com conteúdos antissemitas no aplicativo.

Conteúdo era violento. Entre os conteúdos descobertos pela PF, estão vídeos de mortes violentas e de promoção de ódio, tutoriais de assassinato e guias para fabricação de explosivos.

Ministério da Justiça

Na quinta-feira (20), o Ministério da Justiça anunciou a abertura de um processo administrativo contra o Telegram. O aplicativo se recusou a informar que medidas adota para coibir a circulação de conteúdo extremista em sua plataforma. O processo foi aberto depois de aplicativo descumprir regras de moderação de conteúdo criadas pela Portaria 351, do Ministério da Justiça. O procedimento corre na Senacon (Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor), órgão da Justiça.

Em paralelo, a Justiça também criou a Operação Escola Segura, para monitorar e impedir ameaças e ataques a escolas. A operação envolve 4.253 agentes federais e estaduais.

Até a quinta-feira (20), 302 pessoas haviam sido presas e haviam sido feitas 270 buscas e apreensões. O monitoramento de redes sociais já havia resultado em pedidos para derrubar e preservar para investigação 812 perfis em diversas plataformas - entre elas, o Telegram. Foram ainda registrados 2.593 boletins de ocorrência e 1.062 conduções às delegacias para prestar esclarecimentos.

O UOL tentou contato com o Telegram nesta sexta, mas não obteve resposta até a publicação desta notícia.