Defesa desiste de recurso, e bolsonarista que matou petista irá a júri
Os advogados de Jorge Guaranho, que matou no ano passado Marcelo Arruda em Foz do Iguaçu (PR), desistiram nesta sexta-feira de um recurso que haviam protocolado no Tribunal de Justiça do Paraná — o que fará com que o caso seja levado a júri popular.
O que aconteceu
Expectativa é que o julgamento do policial penal seja realizado neste ano na cidade onde ocorreu o crime. No júri popular, um grupo de pessoas — o número é variável — é sorteado e acompanha os depoimentos de testemunhas e o interrogatório do réu. Ao final, decidem por meio de voto e de forma sigilosa pela condenação ou absolvição do réu.
Os advogados dizem acreditar que Guaranho será inocentado. No documento em que desiste do recurso, a defesa afirma que a medida foi tomada por estar "confiante em sua inocência, o que certamente será reconhecido na plenária do júri."
Esperamos que seja feita a Justiça, e que seja célere. Que o júri ocorra ainda neste ano, com decisão condenatória contra aquele que está sendo acusado de assassinato no principal crime político nos últimos anos no Brasil"
Daniel Godoy, advogado da família de Marcelo Arruda
Relembre o caso
Guaranho matou Marcelo Arruda em 9 de julho do ano passado. Na ocasião, ele invadiu a festa de aniversário da vítima e deu dois tiros em Arruda, que era guarda municipal e comemorava seus 50 anos em Foz do Iguaçu (PR) em uma festa temática do PT e com foto do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Suspeito gritou "Bolsonaro mito" ao passar em frente ao local da festa momentos antes dos disparos. Em entrevista ao UOL, a esposa de Guaranho relatou a situação e contou ainda que o carro onde os dois estavam foi atingido por "terra e pedras" após o grito do marido.
Em agosto, Guaranho foi transferido para prisão em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Ele foi atingido por seis disparos e levou mais de 20 chutes na cabeça após a morte de Arruda e ficou internado por um mês no hospital Ministro Costa Cavalcanti, no Paraná.
Guaranho foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum. Os crimes têm penas que podem variar de 12 a 30 anos de prisão. Antes disso, ele foi preso preventivamente.
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