BBB, viagens e festas: quem é influencer suspeita de torturar com maçarico
Com mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, a influencer Vitória Guarizo Demito, 25, disse ter recusado convite de participação no Big Brother Brasil e revelava uma rotina de viagens e luxo na internet.
Na terça-feira, ela foi presa por suspeita de atrair um homem para um programa, dopá-lo com "boa noite, Cinderela" e participar da tortura dele com outros dois suspeitos para desviar R$ 40 mil da sua conta bancária. Ela alega inocência.
Quem é Vitória Guanizo
A influencer maranhense Vitória Guarizo Demito afirmou ter recusado um convite para participar do BBB 21. Ela alegava ter feito todos os exames solicitados pela produção, mas teria desistido de participar do reality da TV Globo por causa da covid.
Não acho que agora seja o melhor momento. Em meio à pandemia, me vejo agora curtindo o carinho da minha família. Com certeza irei assistir essa edição, estarei lá de coração. Vitoria Guarizo, em declaração em 2021
A TV Globo nunca chegou a confirmar a versão da influencer de que ela estaria no elenco do reality show. O UOL procurou a emissora para saber e Vitória realmente foi convidada, mas não houve resposta até a publicação deste texto.
A influencer relatou como foi o seu processo de transição de gênero aos 18 anos em seu canal no YouTube. Em seguida, falou sobre o assunto em entrevista para a Revista Capricho.
Ela posta nas redes sociais uma rotina de festas, viagens e cuidados estéticos. A influencer publica registros de passeios de barco, deslocamentos em avião particular e baladas de luxo.
Em 2021, a influencer citou uma "recaída com drogas". Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, que resultou na prisão dela em um apartamento em Moema, zona sul de São Paulo, a Polícia Civil apreendeu porções de cocaína, haxixe e maconha.
"Herdeira" e relatos sobre a vida na internet
Vitória é filha do dono de uma mineradora com sede no Tocantins, que também tem atuação na Bahia, no Maranhão, em Mato Grosso, no Pará e no Piauí. O capital social da empresa é avaliado em R$ 55 milhões. Em entrevistas, disse ter passado parte da adolescência em um internato na Espanha e é citada com "herdeira".
O namoro com o modelo Gabriel Duarte Meneses, 29, que iniciou há dois meses, foi alvo de reportagem repostada no seu perfil. O modelo também foi preso por suspeita de participação no crime de roubo qualificado com emprego de tortura e cárcere privado. A defesa dele não foi localizada.
Meneses e Vitória não tinham antecedentes criminais, segundo a Polícia Civil.
A defesa de Vitória afirmou, em nota, "que os fatos narrados pela acusação não condizem com a verdade e serão em tempo oportuno devidamente esclarecidos". A advogada Larah Rainov, que prepresenta a influenciadora, afirmou que está reunindo provas para demonstrar a inocência da cliente.
O que se sabe sobre o caso
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Quero receberA influenciadora teria marcado um programa no dia 18 de maio em um flat no Campo Belo, na zona sul da capital paulista, segundo a Polícia Civil. Lá, ofereceu uma bebida à vítima, que ficou desacordada e despertou quando já estava amarrada e dentro de um veículo, ainda de acordo com a investigação.
O homem disse em depoimento que foi torturado. Ele disse ter sido agredido com socos, chutes e queimaduras com um maçarico para fornecer dados bancários.
Após ser feito refém por 30 horas, o homem disse ter sido dopado novamente e liberado em uma rua. A família chegou a fazer registro por desaparecimento enquanto ele era mantido refém.
Durante a investigação, a Polícia Civil rastreou o destino da transação bancária, identificando contas ligadas à influenciadora e ao modelo. Eles irão responder por roubo qualificado com emprego de tortura e cárcere privado.
A defesa de Vitória diz que ela está colaborando com as investigações e alega inocência. "O processo, no entanto, corre em segredo de justiça e a defesa ainda está tomando conhecimento das acusações", diz nota publicada no perfil do Instagram da influenciadora.
O anúncio de programa foi a armadilha usada pela influenciadora para atrair a vítima. Mas ela também participou da tortura, com socos, chutes e queimaduras com um maçarico. As três pessoas envolvidas no crime agiram com crueldade.
Eduardo Luís Ferreira, delegado do 27º DP, que investiga o caso
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