Tarcísio: 'Vamos entender que o tráfico é um business'; mortos vão a 14
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta tarde que chegou a 14 o número de mortos na Baixada Santista durante a ação policial iniciada após o assassinato de um soldado da Rota, na última quinta (27), no Guarujá (SP).
O que disse o governador:
O chefe do executivo estadual defendeu a atuação das forças policias em municípios da Baixada durante entrevista coletiva. Para ele, informações que vem sendo divulgadas geram "essa narrativa de que há excesso [policial]".
Tarcísio confirmou que o número de mortos na ação chegou a 14 e pediu mais respeito às instituições policiais. Dois óbitos foram confirmados hoje, a respeito de um suposto confronto no município de Santos, onde uma viatura de polícia teria sido alvo de tiros. O número de mortos ficou sob revisão por muitas horas, até a manhã desta terça-feira (1º), pois governo e Corregedoria da PM divergiram quanto ao número inicial de óbitos.
"Se houver excesso, nós iremos investigar. [...] As imagens corporais estarão anexadas nos inquéritos para que, se houver algum excesso, a gente puna [os responsáveis]. A gente não vai tolerar excesso, a gente não vai tolerar desvio de conduta", disse o governador após sustentar que "a polícia não quer confronto".
Questionado se o ataque a uma policial hoje havia sido uma retaliação, Tarcísio afirmou que a operação está asfixiando o tráfico. "Significa que a operação está prejudicando o business. Vamos entender que isso é um business, que movimenta muito dinheiro e que desgraça a vida de muita gente", disse.
Pô, vai ver quem tombou! Um líder do PCC morreu nessa confusão. O principal fornecedor de droga da Baixada [Santista]. E por quê? Como que ele recebeu o policial? [...] Nós não queremos o combate, o confronto, de verdade. Não é bom para ninguém. Não ficamos felizes de ter o combate. Agora, não vamos nos furtar de fazer o combate. Não vamos nos curvar ao crime. Peço respeito à corporação, aos policiais do estado.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
'Não existe combate ao crime sem efeito colateral'
O governador defendeu que não pode haver local onde os policiais não possam entrar em São Paulo. "O crime tem que ter respeito à Polícia, a gente tem que ter respeito à instituição policial", disse Tarcísio. Ele afirmou que o comandante geral da PM participou das operações "para coibir excessos".
Tarcísio disse que não irá alterar a atual política de câmeras corporais da PM, mesmo após pressão da bancada da bala pelo seu fim . "Inclusive, as imagens que nós temos das câmeras estão anexadas nos inquéritos [sobre as mortes] e vão servir para esclarecer muita coisa".
"A polícia só vai usar arma de fogo se usarem arma de fogo contra ela, só vai disparar se dispararem contra ela primeiro", disse o governador ao sustentar que os policiais estão agindo apenas contra uma "injusta ameaça, a injusta agressão" ao buscarem "criminosos que estão se evadindo".
Não existe combate ao crime sem efeito colateral. Me desculpa, não tem. O que nós temos de relato até agora -- isso está sendo investigado -- é que o que houve foi confronto, recepção dos policiais a bala, e houve reação. Uma reação que nos não desejamos, nos não queremos. Agora, se tiver o confronto, vai ter reação, óbvio. A polícia está lá para isso. Ela não pode se acovardar, não pode fugir.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
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