No Twitter, PM chama de 'criminoso' menino de 13 anos morto em ação no Rio

A Polícia Militar do Rio de Janeiro publicou no início da manhã de hoje um texto em que chama um adolescente de 13 anos de "criminoso". Desde as 5h44 no Twitter, o post ainda não havia sido apagado às 16h15 e somava mais de 350 mil visualizações.

O que aconteceu

O menino foi baleado na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, na madrugada desta segunda (7). Não havia tiroteio no momento, de acordo com o tio do adolescente.

A família sustenta a versão de que ele foi baleado pelos policiais quando passava de moto com outra criança, sem oferecer risco aos agentes. À imprensa, parentes disseram que o menino baleado era tranquilo, gostava de futebol e frequentava a igreja.

A gente quer pelo menos que tirem essa imagem, que ele estava com arma. Isso é mentira. É uma crueldade fazer isso com a criança. Ele não estava com arma, não andava com arma, não andava fazendo furto, usando droga, bebendo, não era nada disso. Ele era totalmente um adolescente fora dessas coisas.
Tio do menino, no Instituto Médico-Legal

Os policiais do Batalhão de Choque afirmam que foram alvo de tiros enquanto estavam em policiamento na esquina da Estrada Marechal Miguel Salazar e da Rua Geremias.

A versão dos policiais é que os "homens" na motocicleta foram autores do disparo. "Após confronto, um adolescente foi encontrado atingido e não resistiu aos ferimentos", diz a nota da corporação.

A nota enviada à imprensa contém a mesma foto publicada no início do dia — no post, a corporação afirmou que uma arma foi encontrada com o menino.

Na nota enviada às 13h33 de hoje, a PM diz que "uma pistola calibre 9 mm foi apreendida no local. A área foi isolada e a Delegacia de Homicídios da Capital, acionada".

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A Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que o comando da corporação já instaurou um procedimento apuratório, através de sua Corregedoria Geral, para averiguar as circunstâncias da ação que vitimou fatalmente um adolescente nas imediações da Comunidade da Cidade de Deus, na Zona Oeste da Cidade do Rio, nas primeiras horas desta segunda-feira (7/8). Além do procedimento instaurado pela corporação, a SEPM colabora integralmente com as investigações da Polícia Civil.
Polícia Militar do RJ, em nota

A Polícia Civil apreendeu as armas dos agentes envolvidos e investiga o caso na Delegacia de Homicídios da Capital.

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