Câmera mostra namorado ao deixar prédio de médica morta e colocada em mala

Imagens de câmeras de segurança do prédio em que vivia a médica Thallita da Cruz Fernandes, 28, mostram o namorado dela saindo do elevador às 16h13 da sexta-feira (18). Ele aparece de costas, com uma mochila e parece evitar olhar para a câmera. A médica foi encontrada em uma mala dentro do apartamento em que morava em São José do Rio Preto (SP).

O que aconteceu

O namorado da vítima, Davi Izaque Martins Silva, confessou o crime à polícia de São José do Rio Preto. Em coletiva de imprensa, a polícia deu detalhes sobre a morte da médica Thallita da Cruz Fernandes encontrada em uma mala no apartamento em que morava.

Minutos depois, a imagem mostra Davi no corredor de entrada com o celular na mão. Ele deixou o prédio em um carro de transporte por aplicativo. O trajeto feito pelo suspeito foi do apartamento até uma lanchonete na cidade, local onde o namorado da médica já trabalhou.

Segundo a polícia, a intenção era tirar o corpo da namorada do local do crime, porém ele desistiu após a mala em que a colocou quebrar.

Uma briga por ciúmes e o receio de um término por parte da médica teriam motivado o crime. Amigos de Thallita afirmam à polícia que o casal estava junto há três anos e era comum ele dormir alguns dias no apartamento.

O corpo de Thallita foi descoberto após uma amiga ir até o apartamento verificar a razão pela qual, desde o dia anterior, a vítima não respondia às mensagens da mãe. A jovem se mudou para São José do Rio Preto em 2016, para cursar a faculdade de Medicina na Famerp, onde se formou em 2021.

Em relato nas redes sociais, a médica contou que tinha o "sonho de infância" de se formar um uma faculdade pública de excelência.

A médica também tocava instrumentos musicais na bateria da faculdade e se dizia "feliz e realizada" com o curso. Thallita atualmente dava plantões em um posto de saúde em Bady Bassitt, cidade vizinha a São José do Rio Preto, em São Paulo.

O motorista já foi ouvido e disse que Davi estava tranquilo. Ele sentou-se atrás do motorista e não manteve muito contato visual, mas conversaram normalmente. O motorista relatou que Davi estava com um cheiro forte de carne e chegou a comentar, mas o suspeito teria dito que era por causa do trabalho em uma lanchonete
Alceu Lima Oliveira Junior, delegado responsável pelo caso

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Namorado confessa o crime

O suspeito confessou o crime e deu detalhes aos policiais de como ele teria ocorrido. Anteriormente, Davi havia falado que não se lembrava daquela noite. A defesa de Davi declarou que "se manifestará neste momento apenas nos autos processuais".

O casal estava junto havia três anos. Há pouco mais de um ano, Davi passou a ficar por vários dias da semana no apartamento de Thallita. Quando a médica viajava para visitar os pais, que moram em Guaratinguetá (SP), o rapaz ficava no imóvel e costumava dar festas para os amigos no local, segundo o delegado.

"Por algumas vezes houve reclamações dos vizinhos devido ao barulho causado por Davi", diz Oliveira Junior.

Usou o celular da vítima

O crime foi descoberto após a mãe da médica estranhar a falta de comunicação com a filha na noite de quinta-feira (17). No dia seguinte, ela pediu para uma amiga de Thallita ir até o apartamento.

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Antes de ir ao imóvel, a amiga chegou a mandar mensagem para a médica pelo WhatsApp e estranhou a resposta.

A médica dizia que não podia falar porque o dia de trabalho estava muito corrido, mas a amiga afirma que Thallita estaria de folga na sexta-feira. Ao insistir nas perguntas, a médica teria parado de responder.

Davi foi preso na casa da mãe dele, em São José do Rio Preto (SP), na noite de sábado (19).

Nós já desconfiávamos que era o namorado que estava respondendo à amiga e ele confirmou. Somente ele e a Thallita tinham a senha do celular dela e ele se passou pela médica
Oliveira Junior

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