Ministério das Mulheres: Alunos da Unisa não têm condições de serem médicos
A secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Denise Dau, afirmou durante participação no UOL News que os estudantes de medicina da Unisa (Universidade de Santo Amaro), que exibiram as partes íntimas em uma partida de vôlei feminino durante competição esportiva entre universidades, não têm condições de se formarem médicos.
Eles cometeram um crime de atentado ao pudor. Então, as providências em relação a isso também estão sendo tomadas pelo Ministério Público e nós do Ministério das Mulheres acompanharemos diretamente qual a evolução do processo. Além de cometerem um crime, eles também estão demonstrando que não têm condições de se formarem médicos, que futuramente, inclusive, atenderão mulheres em seus consultórios. Denise Dau, secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra Mulheres
A representante do Ministério das Mulheres reforçou ainda que, independentemente das providências internas relativas à universidade, os estudantes cometeram um crime de atentado ao pudor. Por isso, Denise afirmou que ações também devem vir a ser tomadas pelo Ministério Público no âmbito criminal.
Nós acompanharemos diretamente a evolução do processo. Eles não têm condições de continuar frequentando o curso de Medicina, porque isso significa uma ameaça à saúde, à vida das mulheres que futuramente serão atendidas nos consultórios e clínicas onde essas pessoas poderiam trabalhar. Então nós temos duas preocupações: primeiro, repúdio veemente a essa atitude e apuração e responsabilização das pessoas que protagonizaram esse lamentável episódio. Em segundo lugar, quando a gente está falando dessa responsabilização, é que a universidade tome uma atitude muito objetiva de interrupção da participação deles no curso de Medicina, porque eles não têm condições de atender a população no futuro e em especial as mulheres.
Sakamoto: No Brasil, branco jovem comete erro; preto pobre, comete crime
O colunista do UOL Leonardo Sakamoto avaliou que, para além de uma eventual responsabilização dos universitários, o episódio também reflete uma questão sobre preconceito racial em que, no Brasil, branco jovem comete erro enquanto o preto e pobre comete crime.
É inacreditável, porque se você pegar essa mesma cena, 20 rapazes manipulando seus órgãos genitais. Vamos colocar se eles tivessem feito isso na praia ou em um baile funk. O que ia ter nesse momento? As pessoas gritando, na sociedade, pedindo prisão para essas pessoas, iam caçar esses jovens por atentado violento ao pudor. Porque se fosse pobre, preto, na praia fazendo isso, estariam presos neste exato momento ou expulsos de onde trabalham. Só que como são jovens brancos, a maior parte das pessoas faz o quê? Torce o nariz, mas a gente precisa entender porque são jovens, estão em desenvolvimento. O pior é que o direito a errar é dos brancos e dos jovens brancos. E a culpa, ou tudo o que acontece ruim, é do moleque negro. Este é o grande ponto.
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