Conteúdo publicado há 6 meses

Sem luz há mais de 50 h, casal anda por bairro atrás de técnicos da Enel

Sem respostas da Enel, empresa responsável pela distribuição de energia, os pais da analista de negócios Denise Vodianitskaia, 31, andaram pelas ruas do bairro Anália Franco, na zona leste de São Paulo, atrás de técnicos da empresa.

O que aconteceu

A família está sem luz desde sexta-feira (3), por volta das 16h. Apenas hoje, Denise conseguiu fazer uma solicitação para Enel sobre o problema, mas ainda assim ela diz que não não foi atendida. Para lidar com a falta de luz, a moradora afirma ter comprado uma caixa térmica e gelo para guardar os itens de geladeira.

Sem respostas, os pais dela decidiram andar pelas ruas em buscas de caminhões e técnicos da empresa. Como a energia foi reestabelecida nos postes, eles acreditavam que seria mais difícil a Enel dar atenção para falta de luz nas casas da região.

No início da noite de hoje, por volta das 19h30, eles encontraram um caminhão com funcionários responsáveis pelo trabalho. "Falaram que tem um cabo rompido, que é a causa do problema. Tem dois caminhões tentando arrumar", disse.

Segundo Denise, a falta de luz atinge as ruas Managé, Oiti, Maria Adelaide e Oscar Ferreira do Amaral. As vias estão localizadas próximas ao shopping Anália Franco. Em último boletim divulgado hoje, às 16h45, a Enel afirmou que cerca de 700 mil pessoas seguem sem energia. A empresa diz que a normalização deve ocorrer até terça-feira (7).

O temporal de sexta-feira (3) derrubou árvores e teve ventos de mais de 100 km/h. As rajadas de vento foram as maiores já registradas pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) da Prefeitura de São Paulo desde 1995, quando os dados começaram a ser computados.

Sete pessoas morreram em decorrência da chuva. As mortes foram registradas em São Paulo, Ilhabela, Osasco, Santo André, Suzano e Limeira.

Não tivemos feriado. Não ter uma televisão para assistir ou tomar um banho decente é bem complicado. Passar dias tentando contato ou procurando um caminhão da Enel para pedir ajuda, foi isso que fizemos nesses três dias de feriado.
Denise Vodianitskaia, analista de negócios

'Estamos tomando banho na casa de parentes'

Na Cidade Kemel, extremo leste da capital, o líder de equipe Flávio Teruo, 33, está sem energia desde às 17h de sexta-feira (3). Segundo ele, a Enel finalizou uma solicitação feita por ele, como se o problema tivesse sido resolvido.

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Em sua casa, moram outras três pessoas — eles têm contado com a ajuda de parentes para conseguir tomar banho e carregar o celular. Só na sexta, ele fez seis solicitações no aplicativo da empresa.

Teruo também criticou a postura da Prefeitura de São Paulo, que, segundo ele, deveria ter cobrado mais da Enel. "Numa ocasião dessa deveria ter uma força tarefa, mas parece que teve um verdadeiro descaso da Enel. Tenho certeza que ela não tem como provar esses 2 mil funcionários trabalhando", disse.

Tínhamos alimentos no refrigerador, insulina na geladeira e tenho dois aquários que não sei se meus peixes irão aguentar mais um dia sem oxigênio.
Flávio Teruo, líder de equipe

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