Conteúdo publicado há 6 meses

Vídeo feito antes do crime mostra agressões de empresário a jovem em Goiás

Vídeos e fotos registrados há alguns meses por Ielly Gabriele Alves mostram marcas de agressões que teriam sido causadas por Diego Fonseca. As imagens foram divulgadas pela Polícia Civil de Goiás, que indiciou o empresário pelo crime de feminicídio.

O que aconteceu:

Os registros foram feitos meses antes do assassinato da jovem, gravado pela própria vítima, de 23 anos. Ielly foi morta por um disparo de arma de fogo no dia 4 de novembro.

Um dos vídeos que mostram as marcas roxas foi gravado por uma amiga de Ielly, explicou o delegado responsável pelo caso, Thiago Saad.

A investigação da Polícia Civil mostrou que a vítima contou para amigas sobre as agressões e ameaças que sofria do empresário.

Em uma troca de mensagens, ela conta que o namorado teria comprado uma arma e um silenciador. Segundo o registro, ele teria dito: "Isso aqui é para você".

"Eles tinham um relacionamento conturbado. A Ielly contava para amigas sobre as agressões e elas aconselhavam ela a terminar", explicou o delegado.

Imagens divulgadas pela polícia mostram marcas de agressão a Ielly Gabriele Alves, causadas por Diego Fonseca
Imagens divulgadas pela polícia mostram marcas de agressão a Ielly Gabriele Alves, causadas por Diego Fonseca Imagem: Divulgação/Polícia Civil de Goiás

Crime planejado

O empresário planejou a morte da jovem e a motivação seria o fim do relacionamento entre os dois, segundo o delegado Thiago Saad.

Continua após a publicidade

Todos os indícios apontam que o autor premeditou o crime. Em nenhum momento ele demonstrou que foi acidente.
Thiago Saad, delegado da PCGO

De acordo com Saad, o namoro de Diego e Ielly era marcado por idas e vindas. Entretanto, em depoimento o empresário teria dito que os dois haviam colocado um ponto final na relação 10 dias antes do crime e, segundo a família da vítima, o término havia sido "definitivo".

No dia do crime, o empresário foi até a casa da vítima, mas ela não estava. Ele a esperou e, quando chegou, os dois almoçaram juntos na companhia de uma tia de Ielly. Durante o almoço, a jovem questionou Fonseca sobre uma arma de fogo, momento em que o suspeito a teria agredido.

"Ela disse: 'fiquei sabendo que você comprou uma arma', e ele respondeu: 'você sabe demais', e puxou o cabelo dela na frente da tia", disse o delegado.

Após o almoço, Diego convenceu Ielly a acompanhá-lo até um rancho do tio dele, onde os dois passaram a tarde. Na volta, a jovem dirigia o veículo, e eles pararam em uma estrada de terra porque o empresário disse que queria urinar. Foi nesse momento em que ela foi assassinada.

Continua após a publicidade

Na volta, ele levou a vítima até um local ermo, sem câmeras ou iluminação. Parou, disse que ia urinar, atirou três vezes para a cima e, na sequência, virou para a Ielly e atirou.
Thiago Saad, delegado da PCGO

Ainda segundo o delegado, Diego Fonseca confessou ter atirado na namorada, mas disse que achava que a arma não estivesse carregada. A arma usada no crime não foi encontrada. Dentro do carro, os investigadores acharam apenas o carregador.

A conclusão da polícia contradiz a versão apresentada pela defesa do empresário. Segundo os advogados Paulo Henrique Matos de Freitas e Marcela Assis, Fonseca puxou o gatilho contra a jovem para fazer uma brincadeira, sem saber que a arma dispararia.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Continua após a publicidade

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Deixe seu comentário

Só para assinantes