Conteúdo publicado há 7 meses

Funcionários são demitidos após caso de racismo com ex-porta-bandeira no DF

Os funcionários denunciados por abordagem racista à ex-porta-bandeira da Portela, Vilma Nascimento, 85, foram demitidos.

O que aconteceu

A demissão aconteceu após a conclusão de uma "averiguação interna para apurar o lamentável incidente", explicou a Dufry Brasil, empresa do Grupo Avolta que tem a concessão do varejo no terminal.

Os funcionários foram desligador "por quebra dos protocolos da empresa", diz a nota. "Em consequência, os colaboradores envolvidos no episódio não fazem mais parte dos nossos quadros".

Em outro trecho, a empresa afirma que a diretoria "esteve com dona Vilma Nascimento e sua filha Danielle para se desculpar pessoalmente pelo constrangimento a que foram submetidas".

Com o objetivo de dirimir qualquer dúvida, confirmamos que não houve furto na loja relacionada a este evento. A Dufry repudia veementemente qualquer tipo de discriminação por raça, gênero, orientação sexual, religião, idade ou deficiência.

Relembre o caso

Antes da mãe, filha foi abordada na Dufry Brasil. No Instagram, Danielle Nascimento relatou que havia comprado chocolates para o marido e o filho e, quando passou novamente pela porta da loja, foi acusada por uma fiscal de ter pegado um produto sem pagar. A funcionária, então, pediu que Danielle e Vilma a acompanhassem.

Fiscal recebeu informação para revistar a bolsa de Vilma. Segundo a filha, a fiscal foi orientada por rádio a revistar a bolsa da mãe dela. A abordagem foi feita no meio da loja, na frente de outros clientes, e Vilma "ficou surpresa, revoltada e envergonhada", disse a filha. "Foi muito constrangedor."

"Fazia perguntas e a fiscal não respondia", lembrou Danielle. A filha de Vilma contou ter pedido para chamar a polícia, que não apareceu. A família teve que ir embora para não perder o embarque, que aconteceria no portão 43.

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Na véspera, Vilma havia sido homenageada na Câmara dos Deputados. A ex-porta-bandeira participou de uma sessão solene para marcar o Dia da Consciência Negra. Ela desfilou no corredor do plenário, fazendo uma espécie de abre-alas para a exposição "Pensamento Negro no Brasil: uma Conexão Ancestral", que tem um painel dedicado a ela.

Entrei no avião lotado aos prantos, com todos me olhando. Foi uma humilhação que nem eu, nem a minha mãe imaginávamos passar nessa vida. Estamos tristes e traumatizadas até agora. Foi um absurdo! Cheguei a perguntar se ela estava fazendo isso conosco por causa da nossa cor.
Danielle, filha de Vilma Nascimento, no Instagram

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