Mais procurado no RJ: quem é Zinho, líder de milícia alvo de operação

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Federal deflagraram ontem a segunda fase da Operação Dinastia. A investigação mira a milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, em bairros da zona oeste do Rio de Janeiro.

Quem é Zinho

Segundo a polícia, ele assumiu o controle da milícia após a morte do irmão, Ecko. Antes, ele era apontado como o responsável por gerenciar as finanças do grupo.

As investigações apontam que Zinho era hábil com as contas. Antes de ascender à chefia do grupo, era ele quem contabilizava e lavava o dinheiro originado por atividades ilícitas, incluindo a venda clandestina de sinais de TV a cabo, de gás e de licenças para serviços de transporte.

Zinho tem vários mandados de prisão em aberto. Ele já era procurado pelos crimes de organização criminosa, porte ilegal de arma e associação criminosa.

Em setembro, Zinho foi um dos denunciados pelo Ministério Público pela morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e de um amigo dele. Jerominho teria sido morto após tentar retomar o comando da milícia, que foi fundada por ele.

O grupo tem influência em 812 das 833 áreas listadas pela Polícia Civil com a presença de milícias.

Em outubro, a advogada de Zinho, Leonella Vieira, negou as acusações contra ele. Segundo ela, Zinho é vítima de "deduções" do Ministério Público, oriundas do parentesco dele com o ex-chefe da milícia, Ecko.

Casa avaliada em R$ 1,5 milhão

Em 2023, a polícia fez uma operação na casa do miliciano, no bairro do Recreio. O imóvel é avaliado em R$ 1,5 milhão. No local, a polícia apreendeu joias e relógios, além de R$ 125 mil em espécie.

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Denúncia do Ministério Público afirma que Zinho evita usar aplicativos de conversa com o WhatsApp. Seu "garoto de recados" seria Andrei Santos de Melo, conhecido como Cansado ou Fechamento. A informação foi obtida pelo jornal O Globo.

A milícia comandada por Zinho foi apontada como a responsável pelos ataques a ônibus que ocorreram no Rio de Janeiro em outubro. Os incêndios teriam sido uma forma de proteger o líder, que estaria perto do local em que uma operação policial matou outro miliciano, Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão.

Relação com parlamentar

Nesta semana, um desdobramento da Operação Dinastia atingiu a deputada estadual Lúcia Helena de Amaral Pinto, conhecida como Lucinha (PSD). Ela foi afastada do cargo por uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Segundo o MPRJ, Lucinha usava o cargo de deputada para atender aos interesses da milícia de Zinho. A PF afirma que a parlamentar era chamada de "madrinha" pelos criminosos. Ela teria se reunido várias vezes com os criminosos, incluindo Zinho.

A polícia apreendeu duas pistolas, R$ 148 mil em espécie e documentos no gabinete da parlamentar e em endereços ligados a ela. De acordo com o jornal O Globo, Lucinha é suspeita de interceder pela soltura de milicianos, de pedir a transferência do comandante de um batalhão e de pressionar autoridades para que operações atingissem grupos rivais.

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O UOL não conseguiu contato com a parlamentar. O espaço segue aberto para manifestação.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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