Presbítero evangélico é preso sob suspeita de matar 11 pessoas em PE
A Polícia Civil de Pernambuco prendeu um presbítero evangélico suspeito de matar 11 pessoas, entre julho e setembro deste ano. Homem era pistoleiro e usava cargo de presbítero como "álibi", diz delegado do caso.
O que aconteceu
O suspeito de 30 anos teria sido contratado por uma facção criminosa de Pernambuco, ligada ao Comando Vermelho, para cometer os homicídios, segundo a Polícia Civil. "Ele [o suspeito] recebia ordens e pagamentos dessa organização criminosa para executar inimigos da facção", diz Thiago Henrique, delegado na cidade de Vicência (PE), em entrevista ao UOL.
A motivação principal dos homicídios seria a disputa pelo tráfico de drogas na região. As vítimas tinham entre 23 e 55 anos.
O cargo de presbítero era usado como um "álibi", diz a polícia. "A sua função real era de pistoleiro", afirma Henrique. Em uma das imagens obtidas pela investigação, o suspeito faz uma profecia — nas igrejas evangélicas, o termo é usado quando alguém é usado por Deus para passar uma mensagem.
A Polícia Civil identificou o homem após ouvir testemunhas e reunir imagens de câmeras de segurança, mensagens, ligações telefônicas e dados bancários. Ele foi preso em Goiás, em uma ação conjunta com a Polícia Civil local.
A investigação continua para identificar possíveis mandantes. E também para apurar se outros crimes foram cometidos pelo suspeito em anos anteriores.
A reportagem não localizou a defesa do suspeito.
Ele [o suspeito] exercia a atividade de presbítero no estado da Paraíba. Inclusive realizava ceia, reuniões de oração, cultos.
Thiago Henrique, delegado
Transferências bancárias
A polícia analisou comprovantes bancários ligados ao suspeito e seus familiares. Encontrou recebimentos de R$ 500 a R$ 2 mil dias antes das datas dos homicídios, segundo Henrique.
"Sempre que havia uma transferência desses valores, um dia ou dois dias depois ocorria um homicídio na cidade", afirma o delegado. O homem também trabalhava como soldador.
A polícia também teve acesso a uma videochamada feita pelo suspeito, que estava armado, para um homem que está preso. Já nas redes sociais, o presbítero publicava fotos na igreja. "Dá para ver um contraste da vida dupla que ele levava", afirma o delegado.
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