'Se solicitarem, vamos atender', diz Cappelli sobre Zinho em prisão federal
O secretário-executivo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Cappelli, disse hoje ao UOL que, caso o governo do estado do Rio de Janeiro solicite a transferência de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, para um presídio federal, o pedido será atendido.
O que aconteceu
Cappelli disse que há vagas em penitenciárias federais para atender pedidos de governadores. "Se houver solicitação, estamos prontos para atender", disse ele. Segundo o secretário, não é possível dizer para qual dos presídios federais Zinho seria removido. "Qualquer movimentação de líder de facção é muito sensível, a gente não comentar sobre isso".
A Justiça do Rio de Janeiro manteve a prisão de Zinho após audiência de custódia por videoconferência na tarde desta terça-feira (26). O UOL apurou junto a fontes da Polícia Federal no Rio de Janeiro que Zinho ainda precisa ser ouvido em diversos inquéritos no estado e, por isso, está em um presídio estadual de segurança máxima.
O UOL entrou em contato com o governo do Rio de Janeiro. Mas até o momento da publicação, não obteve retorno.
Investigações e rendição à PF
O secretário disse ainda que a Polícia Federal vinha fechando o cerco a Zinho. "A PF fez uma série de operações contra o braço financeiro, contra braços políticos da organização criminosa e foi avançando, colhendo provas. Mais cedo ou mais tarde, ele seria encontrado."
Zinho tomou a decisão de se entregar "com receio de ser transformado em um arquivo morto", disse Cappelli. Em relação ao fato de o miliciano ter se apresentado à PF, Cappelli diz que vê o fato como "sinal de prestígio" da instituição. "A PF goza de muita credibilidade e confiança."
Cappelli disse que gera surpresa o fato de Zinho estar foragido há cinco anos na cidade do Rio de Janeiro. "É curioso", disse ele. Apesar disso, o secretário afirmou acreditar na integração entre as polícias estaduais e federais.
A prisão de Zinho é parte das ações para "desmontar a organização criminosa". Segundo Cappelli, a prisão de Zinho representa "um golpe" para a milícia. "Mas isso não encerra o trabalho da investigação", disse.
O secretário disse que espera a colaboração de Zinho nas investigações. "Ele tem muito a dizer sobre como se manteve no Rio de Janeiro e que conexões ele possuía para sustentar esse poder de terror sobre quase 4 milhões de cidadãos", disse.
Esperamos que ele colabore, ninguém se estabelece durante anos implantando terror em cerca de um terço da cidade do Rio de Janeiro sem possuir conexões poderosas. Zinho não estava foragido em outro país, no exterior, ele seguia na cidade do Rio de Janeiro.
Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça
O que disseram as autoridades
Flávio Dino, ministro da Justiça, disse ao UOL que a prisão de Zinho está ligada à GLO (Garantia da Lei e da Ordem) nos portos e aeroportos do estado. "Também [tem relação] ao desmonte de parte do esquema de tráfico de armas via Paraguai", afirmou.
O secretário-executivo do Ministério da Justiça comentou prisão na noite do domingo (24). "Parabéns à Polícia Federal! É trabalho, trabalho e trabalho", escreveu Ricardo Cappelli no X (antigo Twitter).
O governador do Rio de Janeiro disse que a prisão é "vitória da sociedade". "Essa é mais que uma vitória das polícias e do plano de segurança, mas da sociedade. A desarticulação desses grupos criminosos com prisões, apreensões e bloqueio financeiro e a detenção desse mafioso provam que estamos no caminho certo", disse Cláudio Castro (PL).
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