Justiça arquiva caso de ex-aluna do Mackenzie suspeita de desviar R$ 62 mil
A Justiça de São Paulo arquivou o inquérito policial contra a ex-aluna do Mackenzie, Bella Beatriz Bassi Chede Domingos, suspeita de desviar ao menos R$ 62 mil de estudantes. A decisão atende a um pedido do MPSP (Ministério Público de São Paulo).
O que aconteceu
Investigações não demonstraram que houve dolo, diz MP. A partir das provas apresentadas pela Polícia Civil ao final do inquérito, o Ministério Público entendeu que não havia elementos suficientes para uma ação penal criminal e pediu o arquivamento do caso. "Não ficou demonstrado, de forma cabal, o dolo necessário à configuração do delito [apropriação indébita]", explicou o órgão em nota ao UOL.
Para promotora, suposta ilegalidade é de natureza "exclusivamente" civil. Fernanda Narezi Pimentel Rosa, que assina o pedido de arquivamento, argumentou que o pano de fundo do caso se refere à prestação de contas por parte de Bella Beatriz, a partir de valores recebidos em contas bancárias de sua titularidade. "Trata-se, portanto, de ilícito civil", defendeu a promotora.
Há uma ação contra a ex-aluna na área cível desde agosto de 2023. No âmbito deste processo, que corre na 9ª Vara Cível de São Paulo, Bella Beatriz já fez um depósito judicial de R$ 44.166,21.
As evidências colhidas indicam que se tratou de ilícito de ordem civil, não havendo indícios da vontade livre e consciente da prática do delito de apropriação indébita. (...) Os elementos informativos apontam desavença de natureza exclusivamente civil, devendo a crise de inadimplemento ser efetivamente resolvida na seara própria, de forma mais adequada.
Fernanda Narezi Pimentel Rosa, promotora do MPSP
Relembre o caso
Ex-aluna foi acusada de desviar R$ 62 mil de atléticas universitárias. O desvio foi descoberto pela Atlética Arquitetura Mackenzie com a chegada da nova equipe de gestão do InterFAU (competição esportiva que envolve faculdades de arquitetura e urbanismo de São Paulo). Os novos integrantes dizem ter encontrado o caixa zerado em setembro de 2022.
Bella Beatriz atuava como tesoureira do InterFAU. Ela era responsável por receber os valores dos alunos da atlética do Mackenzie e de outras universidades ligadas à competição. A verba era enviada diretamente para sua conta pessoal, que teria sido criada após Bella Beatriz dizer aos colegas que uma conta de pessoa jurídica cobraria taxas.
Atlética disse que suspeita confirmou ter usado o dinheiro. O grupo ainda afirmou ter tentado reaver a quantia por quase um ano, o que nunca aconteceu. No final de julho de 2023, os estudantes decidiram fazer o pedido de abertura de inquérito, que foi aceito no 4º DP (Consolação). Hoje, cerca de seis meses depois, a investigação foi arquivada.
Defesa negou que ex-aluna tenha desviado valores. Ainda em julho do ano passado, a defesa de Bella Beatriz disse ao UOL que o dinheiro ainda não havia sido devolvido porque a gestão da Atlética do Mackenzie não concordava com o valor que ela dizia ter em conta. Já a advogada das vítimas alegou à época que as atléticas nunca se recusaram a receber o dinheiro.
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