'Sinto dor e estou apavorada': mulher relata trauma após soco de síndico
A modelo e estudante Mariana Lopes de Meneses, 24, relata trauma após ter levado um soco do síndico do prédio onde mora, em Teresina (PI). O UOL tenta contato com o suspeito —o espaço segue aberto.
Não consigo dormir direito por causa das dores. Sinto dor no rosto, na cabeça. Também não consigo me alimentar direito e estou com a mandíbula doendo, sem falar que estou apavorada em casa. Até agora, só saí para ir à delegacia e ao IML. Estou com medo de ele estar observando tudo, de aparecer do nada. Ele é policial --e anda armado-- então sinto muito receio dele por aí com uma arma.
Mariana Meneses
O que aconteceu
A estudante queria investigar o que estava provocando um forte cheiro de gás no prédio. "Senti um cheiro muito forte e fiquei com medo de explosão de gás. Interfonei para o porteiro, que disse que não poderia fazer o desligamento do gás, que isso só o síndico poderia resolver. Tentei interfonar para o síndico, mas ele não atendeu. Então, como ele mora no prédio, resolvermos ir até o apartamento dele." O caso ocorreu na madrugada de domingo (14), por volta das 3h50.
Síndico teria dito que não prestaria assistência por ser fim de semana. "Ao bater na porta, ele [o síndico Manfredo Vertunes Pereira, 42, que é policial militar] já atendeu de forma grosseira. Pedi desculpas pelo horário e disse que o cheiro estava insuportável, tanto na área comum, quanto no meu apartamento. Ficamos todos na porta. Estava acompanhada do meu noivo e ele da esposa dele. Ele respondeu que não iria fazer nada porque no fim de semana ele não trabalha."
A estudante diz ter insistido para que o problema com o cheiro de gás fosse resolvido. "Questionei se ele não poderia ao menos desligar o gás do prédio e ele se exaltou muito, gritando que não faria nada. Questionei novamente e então ele me xingou e me deu um soco. A esposa dele automaticamente o puxou para trás e trancou a porta. Quando coloquei a mão no rosto, vi que estava sangrando. Fiquei com muito medo."
Mariana acionou a polícia enquanto via o síndico deixando o prédio. "Fomos para o carro para ir ao hospital e de lá achamos prudente antes ligarmos para a polícia. Enquanto aguardávamos, vi que ele passou com o carro saindo do prédio. Quando a polícia chegou, ele já não estava mais lá."
Ao chegar no hospital, a estudante teve de tomar cinco pontos na boca. "Foi constatada uma perfuração na minha boca. Levei pontos internos e externos. Quebrei um dente e estamos aguardando outros exames para ver se há alguma lesão na mandíbula porque dói muito."
Essa foi a primeira vez que ela teve interação com o síndico. "Moro aqui há um pouco mais de um ano e não tinha nenhuma relação com ele. Foi a primeira vez que fui conversar. Nunca troquei duas palavras sequer. Posso só ter visto cruzando nos corredores, mas como resolvemos aqui tudo pela internet, não tinha por que ter contato. Mas algumas pessoas vieram falar comigo dizendo que ele já teve uma postura grosseira com outras pessoas."
A Polícia Civil investiga o caso. Por meio de nota, a Polícia Civil do Piauí informou que a vítima registrou boletim de ocorrência. "A Diretoria de Proteção à Mulher e aos Grupos Vulneráveis ficará responsável pelo inquérito policial após determinação do delegado-geral Luccy Keiko", disse. "O procedimento policial e toda investigação do caso ocorrerá dentro dos prazos estipulados por lei."
O UOL tenta contato com o suspeito. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.
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