Brennand está incomodado, apreensivo e se sente injustiçado, diz defesa
Após ter sofrido três condenações por crimes sexuais e agressões, Thiago Brennand está "incomodado e apreensivo", diz sua defesa. O criminalista Roberto Podval, um de seus advogados, afirmou ao UOL que o empresário se sente "injustiçado".
O que aconteceu
A defesa de Brennand diz que "não há provas nos autos para sustentar condenação". Segundo Podval, ele "está sendo condenado pela imagem que acham que ele tem. "O grande problema é que fizeram uma imagem negativa dele."
Preso desde abril 2023, Brennand é acusado de estupro, cárcere privado e sequestro, entre outros crimes. Hoje, a defesa dele é composta por dois escritórios em São Paulo (o de Podval e o da presidente da OAB-SP, Patrícia Vanzolini) e um de um amigo do empresário, em Recife. Este último o acompanhou desde os primeiros casos que vieram a público.
Podval diz acreditar que as decisões judiciais podem ser diferentes nos tribunais superiores. "Acreditamos que eles vão ter mais capacidade de olhar o caso com menos pressão. Qualquer um que ler o processo chegará a conclusão que não há provas".
Para o advogado, as primeiras condenações ocorreram por "pressão social e midiática". "Há uma pressão violenta sobre um juiz que pega um caso como esse. Juízes dos tribunais com mais tempo, experiência e peso nos ombros podem decidir de outra forma."
O TJ-SP não vai comentar as afirmações. "Os magistrados têm independência funcional para decidir de acordo com os documentos dos autos e seu livre convencimento. Essa independência é uma garantia do próprio Estado de Direito. Quando há discordância da decisão, cabe às partes a interposição de recursos previstos na legislação vigente", afirmou o órgão em nota.
Tenho estado com ele e, obviamente, está incomodado e apreensivo e se sente injustiçado, a verdade é essa. Acreditamos que, com o tempo e os recursos, vamos conseguir mostrar que a verdade prevalecerá.
Roberto Podval, criminalista que atua na defesa de Brennand
Brennand contrata presidente da OAB-SP
A advogada Patrícia Vanzolini foi contratada pelo empresário no fim do ano passado. Segundo Podval, a contratação se deu em razão do volume de trabalho. "Patrícia entrou para somar à equipe porque a quantidade de processos é muito grande". O advogado diz que são ao menos 12 inquéritos e processos em andamento de forma simultânea.
Defesa nega que a contratação da advogada seja estratégica. Patrícia não é a primeira mulher a atuar no caso. Antes dela, Dora Cavalcanti também já integrou a equipe do empresário. "É um grande preconceito acreditar que ela foi chamada por ser mulher. Ela foi chamada por ser mulher, competente e respeitada", afirma Podval.
Linha de defesa para as próximas etapas não muda, segundo o advogado. "Sabemos da dificuldade que é tratar desse tema nos dias de hoje, principalmente, na primeira instância, quando o trabalho e a abordagem sofrem uma pressão social e midiática muito grande. Havia uma impunidade absoluta e hoje chegamos a um excesso."
O advogado diz enfrentar dificuldade para exercer a defesa de um acusado. "A palavra da mulher vale como prova e é bom que valha. Mas há uma dificuldade muito grande para se contrapor essa palavra. A defesa tem que mostrar que, eventualmente, o que ela está dizendo não é verdade. Provar que ela está mentindo pode constrangê-la, então, fica-se com uma palavra só.
Brennand já foi condenado em 3 processos
Empresário foi preso nos Emirados Árabes e chegou ao Brasil no dia 29 de abril do ano passado. Desde então, ele está no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros.
Dos 9 processos criminais aos quais Brennand responde, 3 já foram sentenciados. Dois tiveram acordo homologado, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo.
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Quero receberA última condenação ocorreu na quarta-feira (17). Na audiência, a Justiça condenou Brennand a oito anos de reclusão em regime fechado e pagamento de indenização de R$ 50 mil pelo crime de estupro.
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