Empresária que atacou casal gay em SP é acusada de golpe de R$ 200 mil

Jaqueline Santos Ludovico, empresária que atacou um casal gay em uma padaria de São Paulo, é acusada de receber sem prestar serviços de publicidade a uma cliente de Tubarão, em Santa Catarina.

O que aconteceu

O valor do golpe alcança R$ 200 mil, calcula a vítima. Ela trava uma batalha na Justiça para obter o ressarcimento. O caso tramita desde 6 de dezembro de 2021 na 2ª Vara Cível da Comarca de Tubarão.

A vítima, Viviane Vicente, teria contratado os serviços de publicidade da JSL Marketing e Assessoria, de propriedade de Jaqueline. Ela queria promover na internet a retífica do irmão, Ênio Vicente. A catarinense afirma que fez pagamentos que somam R$ 200.263, mas que não recebeu qualquer anúncio previsto em contrato, segundo o advogado Carlos Eduardo Conceição.

Viviane ainda relata, no processo, extorsão de Jaqueline ao cobrar pelas mensalidades impostas no contrato. A empresária teria ameaçado incluir o nome da retífica no cadastro de restrições da Receita Federal caso os irmãos Vicente não efetuassem os depósitos. Os pagamentos ocorreram via Pix entre setembro e novembro de 2021.

Viviane foi vítima do chamado "golpe da falsa publicidade", de acordo com Carlos Conceição. Esse golpe ocorre quando o suposto golpista oferece um serviço de publicidade de anúncios, recebe pela promessa, mas não cumpre o combinado.

Duas contas de Jaqueline estão bloqueadas desde 2021, mas a Justiça encontrou apenas R$ 2.282,28 na física e outros R$ 426,15 na jurídica. Até o momento, a vítima não foi ressarcida. Viviane o irmão dela não quiseram gravar entrevista.

Lamentavelmente, até o momento, não houve êxito na recuperação do valor desviado, apesar dos esforços diligentes empregados para o bloqueio de contas bancárias e bens pertinentes.
Advogado da vítima, em nota ao UOL

Os advogados que constam como representantes de Jaqueline no processo disseram ao UOL que não respondem mais pelo caso e que não sabem quem assumiu a defesa. A reportagem ligou no telefone que consta no site da empresa JSL, mas a linha não pertence mais ao empreendimento, que também não retornou ao pedido de posicionamento por email. O texto será atualizado em caso de manifestação.

Mulher atacou casal gay com termos homofóbicos em padaria no centro de São Paulo
Mulher atacou casal gay com termos homofóbicos em padaria no centro de São Paulo Imagem: Reprodução
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Empresária atacou casal gay

Jaqueline Ludovico é acusada de desferir ataques com tons de homofobia contra o casal Rafael Gonzaga e Adrian Grasson. As vítimas, segundo relatado no boletim de ocorrência, teriam sido impedidas pela empresária de estacionar na padaria. Ela ainda teria batido no retrovisor do veículo e chamado o motorista de "viado folgado", além de ter atirado um cone contra as vítimas.

Após os três entrarem na padaria, a discussão continuou, e a mulher teria agredido o casal, provocando sangramento em ambos. Os xingamentos e parte das agressões foram filmadas pelas vítimas.

Em determinado trecho do vídeo, é possível ouvir a mulher dizer que "os valores estão sendo invertidos". Eu sou de família tradicional. Eu tenho educação. Diferença dessa porr# aí". Outras pessoas presentes na padaria também foram ofendidas. "Eu sou branca (...) olha o mimimi aí. Chama a polícia, vamos ver quem vai preso aqui", emendou.

O caso fez a deputada Érika Hilton (PSOL) solicitar investigação ao Grupo Especial de combate à Intolerância do Ministério Público. Além de investigar a acusada, a deputada também pede apuração da conduta da padaria Iracema e da Polícia Militar por negligência. O Grupo Especial de combate à Intolerância do MPSP confirmou que recebeu o documento.

O caso passou a ser investigado pela Decradi (Delegacia de Repressão aos Crimes Raciais contra a Diversidade Sexual e de Gênero e outros Delitos de Intolerância). A padaria Iracema, onde o caso ocorreu, disse "lamentar profundamente o acontecido" e afirmou "repudiar veementemente qualquer forma de discriminação e desrespeito".

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O que diz a defesa sobre agressões

A defesa de Jaqueline disse que "nesse momento não há que se antecipar às conclusões da Polícia e do Poder Judiciário".

Neste momento, o que se cabe afirmar é que há duas versões dos fatos. A história completa e a verdadeira complexidade dos eventos exigem uma abordagem mais sensível e equilibrada, que reconheça a situação de vulnerabilidade da Sra. Jaqueline e a injustiça de julgá-la apenas com base em fragmentos de informações.

Os advogados dizem que "a versão dos fatos será apresentada às autoridades cabíveis" e que "neste momento delicado, é imprescindível que se resguarde a privacidade e a dignidade da família, especialmente dos seus filhos menores envolvidos, garantindo-lhes o direito a um julgamento justo e imparcial".

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