Conteúdo publicado há 4 meses

Ronnie Lessa é condenado por contrabando de peças para armas de fogo

O ex-policial militar Ronnie Lessa foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro pelo contrabando de peças para armas de fogo. Lessa está preso desde março de 2019, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.

O que aconteceu

Lessa foi condenado, na quinta-feira (15), a seis anos e oito meses de prisão por importar as peças da Ásia e dos Estados Unidos. O regime inicial é o semiaberto.

Segundo a juíza Fernanda Resende Djahjah Dominice, foram importadas entre 2017 e 2018 as seguintes peças: parte inferior de fuzil, acessório para fixar mira telescópica e coronha para revólver. Todas importadas sem autorização do Exército.

Porém, a decisão absolve Lessa pela importação de outros seis tipos de peças. Mohana Lessa, filha do ex-policial que morava nos EUA na época das importações, foi absolvida do caso.

Durante o processo, a defesa de Ronnie Lessa negou irregularidades. Os advogados afirmaram que o Ministério Público Federal não comprovou que a maioria dos materiais importados entrou no país, e que apenas uma perícia poderia atestar que se tratam de peças para armas de fogo. Sobre a coronha, a defesa também diz que a importação não é proibida ou controlada pelo Exército.

A condenação aconteceu no âmbito da apreensão de peças capazes de montar 117 fuzis, encontradas em uma casa no Rio em 2019. À época, a Polícia Civil afirmou acreditar que Ronnie Lessa seria o dono dos objetos.

A apreensão foi feita no endereço de Alexandre Motta Souza, apontado pela polícia como "amigo" do ex-policial militar.

O UOL tenta contato com a defesa de Ronnie Lessa sobre a condenação. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Outra condenação

Em julho de 2023, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região negou recurso e condenou Lessa em 2ª instância. O ex-PM foi condenado por tráfico internacional de acessórios de armas de fogo.

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Desembargadores não viram motivo para reverter condenação. O MPF (Ministério Público Federal) entrou com embargos de declaração, tipo de ação que contesta alguma decisão do tribunal. Para os procuradores, os desembargadores fundamentaram a condenação em segunda instância baseados somente na sentença da primeira instância, sem nenhuma conclusão própria.

TRF-2 disse que a fundamentação "não exige acréscimo de argumentos próprios do julgador".

Lessa foi denunciado por importar ilegalmente de Hong Kong 16 peças para fuzis de uso controlado em 2017. As peças foram apreendidas ao chegarem no Aeroporto Internacional do Galeão. O destino das peças era uma academia em Rio das Pedras, zona oeste do Rio, da qual Lessa é sócio.

Peças apreendidas eram quebra-chamas. Acessório diminui o clarão ao disparar a arma, dificultando sua detecção. O uso da peça é controlado pelo Exército.

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