Mulher que atacou casal gay em SP é indiciada por lesão corporal e injúria
A Polícia Civil indiciou por lesão corporal e injúria uma mulher que usou xingamentos homofóbicos contra um casal dentro de uma padaria em Santa Cecília, no centro de São Paulo. O caso aconteceu no início de fevereiro, uma semana antes do Carnaval.
O que aconteceu
Suspeita foi indiciada pelos crimes de lesão corporal e injúria. Para o primeiro, a pena varia de três meses a um ano; para o segundo, de um a seis meses. Agora, cabe ao MPSP (Ministério Público de São Paulo) decidir se vai ou não apresentar denúncia contra Jaqueline dos Santos Ludovico.
Investigações continuam, mesmo após indiciamento. Em nota ao UOL, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que as apurações são feitas por meio de inquérito policial "para esclarecer todas as circunstâncias dos fatos". O caso está sob a responsabilidade da Decradi (Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância).
O que diz a suspeita
O UOL tenta contato com a defesa de Jaqueline dos Santos Ludovico para pedir um posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Relembre o caso
Casal disse ter sido atacado ao tentar estacionar o carro. Em depoimento à polícia, eles relataram que havia três pessoas em pé no local, paradas na vaga. Quando o casal se aproximou para estacionar, duas pessoas saíram, mas a mulher teria permanecido lá, com os braços cruzados, até ser retirada pelo homem que a acompanhava.
Suspeita ficou contrariada e reagiu, atacando o carro e o casal. Jaqueline retornou à vaga onde o carro estava estacionado, empurrou o retrovisor e começou a gritar com o casal usando termos homofóbicos, como "viados". Ela também teria atirado um cone na direção dos dois, atingindo uma das vítimas.
Confusão continuou dentro da padaria, onde foi parcialmente filmada. Nas imagens feitas pelo casal, é possível ver o momento em que uma das vítimas questiona por que a mulher está "alterada". "Você está alterada. Tá maluca, porr*? Por que você está alterada? A gente só queria estacionar o carro", disse.
Ao seguir com os ataques, mulher disse ser de 'família tradicional'. "Tirei sangue seu foi pouco. E os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional. Eu sou branca. Olha a hipocrisia, o mimimi. Chama a polícia. Vamos ver quem vai preso aqui", afirmou, em tom irônico, quando o casal ligou para a polícia.
Uma das vítimas falou sobre o caso em uma rede social. "Passar pela situação de ser agredido e ofendido aos gritos publicamente em função da orientação sexual é algo repulsivo, primitivo, desumano. Não sabemos quem é essa mulher. Queremos justiça e peço a ajuda de todos", cobrou Rafael Gonzaga (veja abaixo).
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