Racha na facção: quem eram os chefes do PCC mortos a tiros em SP

Homens considerados líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital) têm sido mortos nas últimas semanas, em meio a um conflito interno da facção. Os últimos foram Meia Folha (Cristiano Lopes Costa) e Prata (Donizete Apolinário da Silva).

O que aconteceu

Meia Folha foi morto a tiros nesta terça-feira (12) no Guarujá (SP), na Baixada Santista, enquanto Prata foi assassinado em 25 de fevereiro em Mauá, cidade da região metropolitana de São Paulo, quando estava com sua família voltando de um chá de bebê.

Ambos eram envolvidos com tráfico de entorpecentes. Meia Folha, segundo a Polícia Civil, comandava o tráfico e setores de saúde pública da Baixada Santista.

Já Prata é apontado como chefe da célula "FM", responsável pelo tráfico dentro da facção. A morte dele foi vista como um reflexo do conflito interno da facção criminosa. Prata também era ligado ao Andre Du Rap (André Oliveira Macedo), foragido da Justiça desde outubro de 2020.

Para MP, morte de Donizete Apolinário da Silva, 55, o Prata, marca início da guerra provocada por racha na cúpula do PCC
Para MP, morte de Donizete Apolinário da Silva, 55, o Prata, marca início da guerra provocada por racha na cúpula do PCC Imagem: Reprodução

Racha no PCC

Em 15 de fevereiro, circulou um salve (recado) via WhatsApp de integrantes do PCC, comunicando a exclusão da organização criminosa de Tiriça (Roberto Soriano), Vida Loka (André Pacheco de Andrade) e Andinho (Wanderson Nilton de Paula Lima). Além disso, havia um pedido de decreto (morte) dos membros citados.

Traição é o motivo para exclusão desses membros. Marcola teria sido acusado pelo trio de ter chamado Tiriça de psicopata. A fala do dito líder do PCC com um policial penal veio a público e foi gravada em agosto de 2023, durante o banho de sol de um presídio federal.

Áudio de Marcola (Marcos Willians Herbas Camacho) foi usado no ano passado para condenar Tiriça a mais 31 anos de prisão pelo assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. Ela trabalhava na Penitenciária Federal de Catanduvas (PR) e foi assassinada a tiros, em maio de 2017.

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O salve (recado) diz ainda que a sintonia final (cúpula) analisou o áudio de Marcola e não considerou que havia delação do dito líder do PCC, mas um "papo reto de criminoso com a polícia". Ainda diz que policiais fizeram isso para jogar líderes da facção uns contra os outros.

O racha está justamente no fato de ter pessoas que estão do lado de Marcola e a sintonia final, enquanto há quem está do lado do trio. A interpretação deles é que houve traição por parte de Marcola por ter "delatado" Tiriça.

*Com informações da coluna de Josmar Jozino

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