Uruguaio procurado pela Interpol é preso em Nova Friburgo (RJ)
Um uruguaio foi preso em flagrante por posse ilegal de arma na segunda-feira (18), em Nova Friburgo, a cerca de 187 quilômetros da capital.
O que aconteceu
Homem era procurado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). O preso é acusado por homicídios e torturas durante a ditadura militar uruguaia, na década de 1970. Ele era oficial do Exército uruguaio, informou o RJ2, da Rede InterTV, afiliada à TV Globo.
Prisão foi realizada após investigação e levantamento de informações. Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, o acusado morava em uma casa no distrito de Lumiar, na região serrana do estado. A polícia acredita que ele se escondia no local, de acordo com a emissora.
Arma de fogo sem registro de posse foi encontrada na residência do acusado. A prisão contou com o apoio da PF (Polícia Federal) e da Interpol.
Não há informações se o homem será extraditado ao Uruguai. Ele segue preso e não poderá pagar fiança para ser liberado em razão das acusações.
Como o nome do preso não foi divulgado, a reportagem não conseguiu entrar em contato com a defesa para pedido de posicionamento. O espaço segue aberto para manifestação.
Ditadura uruguaia
A última ditadura no Uruguai começou em 27 de junho de 1973. Começou quando o então presidente, Juan María Bordaberry, decretou o fechamento do Parlamento com o apoio das Forças Armadas. Mas a ruptura institucional vinha sendo preparado desde fevereiro daquele ano, quando vários militares se insurgiram contra a nomeação de um ministro.
O clima de "guerra interna" não era novidade. Historiadores apontam como antecedentes a crise econômica em meados dos anos 1950 e a posterior deterioração social e econômica. Foi na década de 1960 que surgiu a guerrilha urbana MLN-T (Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros), entre outros grupos de esquerda radical inspirados na Revolução cubana. As ações de luta armada aumentaram o peso dos militares na vida política em um contexto de Guerra Fria, ao qual o Uruguai, assim como o restante do Cone Sul, não ficou alheio, afirmam analistas.
A abertura democrática da década de 1980 na região também ocorreu no Uruguai. Após uma saída combinada com os militares, em 1º de março de 1985 o país encerrou um período obscuro de sua história, que deixou dezenas de milhares de opositores presos, proscritos e exilados.
Oficialmente, são contabilizadas 197 pessoas desaparecidas em ações atribuídas ao Estado uruguaio entre 1968 e 1985. A grande maioria presos na Argentina no âmbito do Plano Condor de colaboração entre os regimes militares da região.
(Com AFP)
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