Chuvas deixam 7 mortos no RJ; Petrópolis tem mais de 500 desabrigados
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informou neste sábado (23) que sete pessoas morreram nos municípios Petrópolis, Teresópolis, Duque de Caxias e Arraial do Cabo por causa das chuvas que atingem todo o estado. Mais de 90 pessoas foram resgatadas com vida até o momento.
O que aconteceu
Cerca de 530 pessoas estão desabrigadas em Petrópolis. Cláudio Castro não informou se há mais desabrigados ou desalojados em outras cidades do estado.
Em Petrópolis, quatro mortes foram confirmadas até o momento. Todas as vítimas estavam em uma construção soterrada após um desabamento na tarde de ontem no bairro da Independência.
Uma criança de 4 anos foi retirada com vida dos escombros em Petrópolis na manhã de hoje. Ela perdeu os pais, o irmão e a avó após o deslizamento, de acordo com a TV Globo. No município, cães farejadores são usados na busca pelos soterrados.
A Defesa Civil de Petrópolis contabiliza 366 ocorrências por conta das chuvas, sendo 238 deslizamentos, segundo boletim divulgado às 16h10. Nove pessoas foram resgatadas com vida no bairro Independência e no Caxambu.
Cemitério 'colapsou'
O Cemitério Municipal do Centro, em Petrópolis, 'colapsou'. Segundo a prefeitura, as gavetas de sepultamento foram atingidas e os corpos terão que ser transferidos para outros locais. A área está interditada enquanto o município aguarda autorização judicial para o procedimento.
Outra pessoa morreu em Teresópolis, também na região Serrana do Rio. Ela estava soterrada em uma casa que desabou na Comunidade da Coreia. Há um soterrado e outras duas pessoas foram resgatadas com vida da ocorrência, informou a Defesa Civil.
Em Duque de Caxias, um motorista se afogou após o caminhão no qual ele estava cair em um rio. O caso foi registrado em Santa Cruz da Serra.
Em Arraial do Cabo, um ambulante foi atingido por um raio e morreu. Outras duas pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas, sem risco de morte, segundo a prefeitura.
O Corpo de Bombeiros resgatou mais de pessoas 90 com vida. Os registros envolvem deslizamentos, desabamentos, inundações e alagamentos provocados pelas chuvas desde a quinta-feira (21), de acordo com a Defesa Civil. Mais de 100 ocorrências relacionadas às chuvas foram registradas até a tarde de hoje, segundo o Corpo de Bombeiros.
O governador Cláudio Castro lamentou as mortes. "Com profundo pesar, expresso minha solidariedade às famílias e amigos dos cidadãos que perderam suas vidas", afirmou, em publicações nas redes sociais.
Mais de 300 milímetros de chuva na Serra
?? Alertas #ChuvasRJ
-- Governo do RJ (@GovRJ) March 23, 2024
- NÍVEL DE SEVERIDADE METEOROLÓGICA
: Atualizado às 8h05.
Baixada Fluminense
Baixada Litorânea
Capital
Costa Verde
Reg Metropolitana
Reg Norte
Reg Noroeste
Reg Serrana I
Reg Serrana II
Reg Sul I
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As regiões Norte e Noroeste do estado despertam maior preocupação neste momento, diz Castro. A capital fluminense tem risco muito alto de enchentes e nas cidades de Petrópolis, Teresópolis, Magé e Nova Friburgo, de acordo com a Defesa Civil estadual. Da mesma forma, o órgão informa há risco muito alto de deslizamentos em Petrópolis, Teresópolis, Magé e Campos dos Goytacazes.
Na região de Chácara Flora, em Petrópolis, 307,6 milímetros de chuva foram registrados em 24h. A atualização foi dada na manhã de hoje pela Defesa Civil do município.
Regiões Norte e Noroeste, Baixada Fluminense, Baixa Litorânea e capital. Nós ainda temos previsão de fortes chuvas. Não podemos diminuir o nosso grau de cuidado.
Cláudio Castro, governador do Rio de Janeiro
14 comentários
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Roberto Possidonio de Santana
Governador e prefeito os Srs. foram eleitos exatamente para superarem desafios. Existe uma cidade estabelecida no bioma Mata Atlântica e o terreno é instável devido ao desflorestamento. Esse é o cenário. Cabe aos Srs. descontruir o que tem sido trágico até hoje e reconstruir de uma forma a evitar mais perdas de vidas. É inadmissível a perda de vidas TODOS os anos. Mapeiam, estudem sistematicamente os diferentes espaços, realoquem, negociem com a população, reconstruam espaços, drenem, construam canaletas, reconstruam, montem diques, montem piscinas em escadas para evitar o rápido escoamento,... apenas façam o que for necessário. Boa sorte.
Mauricio Bernardi
É verdade que a chamada "Defesa Civil", que não é defesa, nem civil, faz um trabalho hercúleo em todas as catrástofes ambientais que estamos presenciando. Não é civil porque comandada pela Polícia Militar; não é defesa porque pouco pode fazer no sentido de evitar as catástrofes. Se o local é impróprio para moradias ou outras atividades, as pessoas deviam ser levadas para outro lugar. Isso não ocorre, ou não tem condições de ocorrer. Aí as autoridades administrativas prometem construir canaletas para escoamento da água; contenção de encostas, etc. A temporada de chuvas passa e fica tudo como está e novas tragédias virão. Colocar sirenes para alertar a população é um paliativo, porque as pessoas não têm onde se abrigar.
Ernesto Freire Pichler
O inchaço das cidades, com ocupações irregulares "sub-normais" é uma decorrência das migrações internas. É preciso fixar o homem ao campo, dando-lhe condições de trabalho e produção: assistência técnica, educação. E, principalmente, reforma agrária, mas "isso é coisa de comunista".