Pai de PM desaparecido no Guarujá faz novo apelo: 'Quero o corpo'

O pai do policial militar Luca Romano Angerami, 21, que desapareceu no último dia 14 de abril, no Guarujá, litoral de São Paulo, fez um novo apelas nas redes sociais. Buscas pelo soldado envolvem PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.

O que aconteceu

Investigador da Polícia Civil de São Paulo, Renzo Angerami, pediu que o corpo do filho fosse entregue. "Eu quero o corpo, quero chorar o meu filho. Acho que qualquer um entenderia, qualquer pai", lamentou. Declaração foi feita em um vídeo publicado nas redes sociais, na sexta-feira (27).

A morte do soldado ainda não foi confirmada oficialmente pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. Mas após 14 dias sem notícias do filho, Renzo acredita que o filho esteja morto. No vídeo, ele enviou um recado para os envolvidos no crime. "Vocês também são pais. Devolve para mim, firmeza? Eu sempre fui sujeito homem. Por favor, eu tenho direito de chorar o meu filho", pediu.

Oito suspeitos de envolvimento no desaparecimento do PM já foram presos. Na sexta-feira (26), a Polícia Militar prendeu, por volta das 19h30, na Avenida São Gonçalo, em Bertioga, um novo suspeito. Ele indicou um possível local onde o policial teria sido levado, no Guarujá, mas não foram encontrados indícios do crime.

Após pesquisas, foi constatado que o preso tinha um mandado de prisão temporária aberto. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia do Guarujá como captura de procurado.

O desaparecimento do policial militar segue em investigação pela Polícia Civil com apoio da Polícia Militar. Na tarde de quarta-feira (24), policiais civis da 3°Delegacia de Homicídios do Deinter 6 localizaram um barraco na rua Argentina, no Guarujá, onde o soldado teria sido mantido. "Diligências prosseguem para esclarecer os fatos e localizar o policial", informou a SSP.

O soldado desaparecido é de uma família de policiais. Alberto Angerami, avô dele, já foi delegado-geral adjunto da Polícia Civil de São Paulo.

PM encontra corpos durante buscas

A PM encontrou corpos em cemitérios clandestinos e em um imóvel abandonado na Baixada Santista.

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Os mortos ainda não foram identificadas. Contudo, os agentes envolvidos nas buscas descartaram a possibilidade de que algum dos corpos possa ser do PM desaparecido. O IML trabalha na identificação.

Seis corpos foram encontrados em cemitérios clandestinos no Guarujá — cinco na última semana. Ossadas humanas de um casal foram achadas segunda-feira (22) na Vila Baiana. Dois dias depois, PMs encontraram outros três corpos em estado avançado de decomposição na mesma região após denúncia anônima. Antes, no dia 16, os agentes localizaram um corpo enterrado em um cemitério clandestino em um morro nos fundos da praia da Enseada.

Um corpo carbonizado foi encontrado dentro de um imóvel em São Vicente no primeiro dia de buscas. Os agentes chegaram a cogitar que o cadáver fosse do PM desaparecido, mas a hipótese foi logo descartada.

Buscas envolvem PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.

O que se sabe sobre sumiço do PM

A Polícia Civil trata o caso como homicídio, já que dois suspeitos presos dizem que o PM foi assassinado. Em conversa pelo WhatsApp, um dos presos indica ligação com PCC e afirma que PM foi morto. Já o outro preso, Edivaldo Aragão, diz que o soldado foi baleado e jogado em um rio em São Vicente após ter as pernas amarradas. Eles foram presos por suspeita de envolvimento nos crimes de homicídio, sequestro, roubo e tráfico de drogas.

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Aragão disse que Angerami "estava muito louco" e foi abordado por pessoas ligadas ao tráfico de drogas "porque tinha uma mulher gritando no carro". Em depoimento, o irmão de Angerami havia dito que o PM teria ido a um estabelecimento. De lá, teria mandado mensagem para uma mulher que também estava no local.

PM faz buscas para localizar soldado desaparecido na Baixada Santista
PM faz buscas para localizar soldado desaparecido na Baixada Santista Imagem: Polícia Militar de São Paulo

O carro do PM, um Corolla de cor prata, foi encontrado na rodovia Conego Domenico Rangoni, no Guarujá. O veículo estava aberto, com as chaves no porta-malas e sem o estepe.

A Polícia Civil investiga se carro com cobertor e terra foi usado em sumiço de PM. O objetivo é verificar se há no veículo, encontrado no dia 19, material genético do soldado desaparecido para fazer eventual coleta de DNA.

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