'Ainda não vimos o pior cenário': o que é maré meteorológica que atinge RS

Muitas pessoas se perguntam o motivo pelo qual as águas estão demorando tanto para baixar no Rio Grande do Sul. Além do excesso de chuva, o estado enfrenta outro problema: uma maré meteorológica positiva.

"A bacia hidrográfica do Guaiba tem 84 mil km². Medimos o escoamento no pico da enchente na semana passada e a vazão estava em 30 milhões de litros por segundo", diz Elírio Toldo Jr., professor do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica (CECO) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Segundo o especialista, isso é 15 vezes mais do que a média da bacia.

O excesso de águas somada à maré meteorológica faz com que esses alagamentos durem tanto - e se espalhem para mais cidades do estado. Entenda o fenômeno.

Não é raro, mas atrapalha

Segundo a oceanóloga, doutora em meteorologia e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Claudia Klose Parise, o que está acontecendo agora no Rio Grande do Sul está associado com as condições climáticas que o estado está enfrentando. E não é raro.

Essa maré pode ser positiva, quando o nível do mar sobe, ou negativa, quando o nível desce. E ambas podem trazer problemas, Claudia Klose Parise

Maré meteorológica positiva é quando existe uma sobrelevação do nível do mar. Isso acontece porque há uma alta pressão atmosférica no continente e uma baixa pressão atmosférica no oceano.

"As duas estão soprando ventos intensos na mesma direção e ficam um certo tempo estacionadas na região. O que causa um fenômeno chamado Transporte de Ekman, que é esse sopro de vento em direção ao continente que causa a subida das águas", explica Claudia

E com duas correntes de ventos, fortes e constantes, soprando na mesma direção (do continente) a água doce que precisa escoar dos lagos para o oceano não tem força. Mantendo - e às vezes, aumentando -, o nível dos alagamentos.

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É como se o mar impedisse que a água doce saia. Assim, ela transborda e causa enchentes nas regiões mais baixas, que é o que estamos vendo. Claudia Klose Parise

Infelizmente, a especialista diz que ainda vai demorar para que os ventos mudem de direção e ajudem no escoamento das águas. "A previsão é que vamos chegar no máximo da enchente até o dia 21 de maio. Ainda não vimos o pior cenário", diz.

33 comentários

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Lourival Andrade Nascimento

Senhora, UMA SEMANA antes da primeira morte, o CEMADEN havia alertado o Governo do RS sobre a iminência de chuvas volumosas, acima do padrão. Ouso sugerir ao Uol que convide especialistas sobre o assunto, como geólogos, engenheiros civis, geocientistas, meteorologistas, engenheiros ambientais, engenheiros sanitários para fazerem uma análise SÉRIA e imparcial sobre os efeitos do assoreamento dos rios, a ocupação desordenadas sem Planos Diretores de áreas ribeirinhas e mananciais e compararem os dados da enchente de 1941 para a de agora. Se não for pedir demais, que sejam profissionais sem bandeiras ideológicas com TOTAL respeito à Ciência. 

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Eri Antonio Babbini

Mas não era só distribuir arminhas pra tudo mundo que resolveria qualquer problema??? Povo armado jamais será "escravizado"??!!! Esqueceram de combinar com São Pedro. Ciência!!!! as favas a ciência isso é coisa de comuna. Será que os N A Z I S ainda vão continuar pedindo estado mínimo???

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Antonio Beethoven Cunha de Melo

OU O BRASIL ACABA COM  O BOLSONARISMO OU O BOLSONARISMO ACABA COM O BRASIL. E O AGRO É  POP MAS MATA QUANDO DESMATA. O negacionismo climático flexibilizou e/ou revogou cerca de 1 mil normas de proteção ambiental (entre leis, decretos e portarias). Só no RS foram 250 normas. Eduardo Leite, q almejava a presidência da república, não se elege nem para vereador. Daí a cara de bun...@#da qdo Lila nomeou seu adversário Pailo Pimenta do PT como ministro da reconstrução, e q será o próximo governador do RS. Política não é para amadores e incompetentes. 

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