Pais presos: campanha para bebê bateu recorde e teve doação do exterior

Renato e Aline Openkoski, que arrecadaram mais de R$ 3 milhões em uma campanha para tratar a doença do filho em 2017, foram presos nesta quarta (22). O casal de Joinville (SC), que estava foragido, foi condenado em 2022 por estelionato e apropriação de bens.

Relembre como foi a campanha

Os dois eram responsáveis pela campanha denominada "AME Jonatas", que arrecadou cerca de R$ 3,6 milhões. Ação foi lançada em 2017 para ajudar o filho do casal. Jonatas tinha a doença degenerativa AME (Atrofia Muscular Espinhal). A criança morreu em 2022.

Na época, eles abriram três contas para receber as doações. Também criaram uma página no Facebook.

O casal recebeu doações até de fora do Brasil. Uma amiga da família que morava nos EUA criou a campanha Ame Jonatas em um site de crowdfunding e, sozinha, conseguiu R$ 147 mil.

O vakinha.com.br publicou que a campanha foi a maior do site em arrecadações no primeiro semestres de 2017. Segundo o portal, o valor arrecadado na plataforma durante esse período foi de R$ 333.700,00.

As doações seriam usadas para ajuda no tratamento da criança, diziam os pais. Eles comprariam um remédio chamado Spinraza, fabricado nos EUA. Cada dose custa R$ 367 mil. O garoto havia tomado as primeiras doses quando começaram as suspeitas sobre seus pais.

O que aconteceu

A Polícia Civil de Santa Catarina cumpriu os mandados de prisão de Renato e Aline Openkoski nesta quarta-feira (22). Os dois foram condenados a penas que, somadas, chegam a 70 anos de prisão em regime fechado pela prática dos crimes de estelionato e apropriação de bens.

Caso começou a ser investigado após denúncias sobre a mudança no padrão de vida do casal. Inclusive com postagens de uma viagem à ilha de Fernando de Noronha, no Réveillon de 2017, levando o caso ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina).

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Eles fugiram de Balneário Camboriú (SC), cidade onde residiam. "Após exaustivo trabalho de inteligência, investigação e campanas, eles foram localizados em Morro do Meio, em Joinville", disse a polícia, em nota. Ambos foram encaminhados ao sistema prisional catarinense.

O que diz a defesa? O advogado Emanuel Stopassola, que defende o casal, declarou ao UOL que "serão defendidos o devido processo legal, o contraditório, a ampla defesa e todos os meios de prova e recursos inerentes".

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