Conteúdo publicado há 7 meses

Porto Alegre sem aula: escolas vão acolher vítimas da chuva, diz prefeito

O prefeito Sebastião Melo (MDB) anunciou hoje à tarde a suspensão das aulas de escolas municipais e particulares de Porto Alegre.

O que aconteceu

Colégios públicos serão usados para acolher as vítimas da chuva. Segundo o prefeito, a suspensão das atividades escolares também visa minimizar os efeitos no trânsito após as enchentes.

"Eu me coloco ao lado do cidadão nesse momento difícil. Eu compreendo a irritação e a dor. Mas é momento que precisamos nos unir", disse, em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (23).

Prefeito descartou a possibilidade de fechamento dos abrigos e disse que chuva já era monitorada. "Aquilo que era problema das áreas alagadas estendeu-se para toda a cidade".

Nível do Guaíba registrava 3,91 metros no Cais Mauá às 14 horas de hoje. Especialistas projetam que o volume de água deva ficar acima da cota de inundação até o início de junho. Segundo dados da Defesa Civil, 163 pessoas morreram no Rio Grande do Sul devido às enchentes.

Mais cedo, a prefeitura enviou avisos para que moradores do sul, extremo sul e ilhas da capital não voltem para casa. Pedido foi feito devido à "possibilidade de uma nova elevação no nível do Guaíba nesta localidade", afirmou a administração em nota.

Moradores deixam casas pela 2ª vez: 'Pesadelo sem fim'

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A água subiu rapidamente no fim da manhã de hoje no trecho entre as avenidas Padre Cacique, Praia de Belas e José de Alencar. Um carro quase foi submerso pela água na José de Alencar, obrigando o motorista a abandonar o veículo pela água, enquanto as pessoas saiam às pressas de onde estavam.

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Com uma mochila nas costas, a enfermeira Bruna Cristina Dias, 23, saiu do prédio onde mora na avenida Praia de Belas com a água já pela cintura.

Resgatada em um barco enquanto a água subia há pouco mais de duas semanas, ela ficou na casa de parentes e retornou ontem para o apartamento. Mas a tentativa de retomada da normalidade só durou algumas horas.

"Só tive tempo de pegar as minhas coisas e sair. Estou vivendo um pesadelo que não acaba nunca".

Em seguida, a empresária Vitória Luz da Silva, 23, saiu do mesmo prédio visivelmente abalada. Natural de Santa Cruz do Sul, ela se mudou para a capital gaúcha no começo do ano. Mas o trauma deixado pelas enchentes já estão fazendo com que ela pense em retornar para a cidade de origem.

"Eu voltei ontem, comecei a organizar as minhas coisas e tive que sair de novo. É traumático e assustador. É um pesadelo ter que reviver isso".

Dono de um restaurante na região, Aureo Finato Giovanella, 57, foi ao local para tentar minimizar perdas, caso a água invadisse o estabelecimento. "Começou a alagar tudo de novo. Tô preocupado é com medo de sofrer mais prejuízo", disse.

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