Conteúdo publicado há 6 meses

Morte de jovem após peeling: amigos fazem vaquinha para traslado de corpo

Amigos e familiares de Henrique Silva Chagas, que morreu após realizar procedimento estético em São Paulo, abriram uma vaquinha para ajudar no traslado do corpo do empresário para Pirassununga, no interior do estado.

O que aconteceu

Objetivo é arrecadar R$ 10 mil. Até às 18h, a mobilização de amigos e familiares conseguiu arrecadar o valor de R$ 7.575,99, com a doação de 158 pessoas. Nas redes sociais, amigos de Henrique compartilharam o link da vaquinha dizendo que o principal objetivo no momento é garantir o transporte do corpo.

Dinheiro arrecadado também será usado para cobrir possíveis outros custos, diz a descrição da vaquinha. "Criamos essa vaquinha com apoio da família e demais amigos, para ajudar com os gastos que a família terá com advogados e demais custos que vier. O Henrique, infelizmente, veio a óbito na maca de uma clínica de estética que iria fazer um procedimento, nesse momento de dor. Resta a nós, amigos, mostrar a nossa solidariedade e força".

Homem teve parada cardiorrespiratória durante o procedimento. A reportagem do UOL apurou que ele realizava um peeling de fenol. Na intervençã o, considerada invasiva e conhecida por estimular o rejuvenescimento da pele, o fenol penetra na epiderme (a camada mais superficial da pele), o que causa sua necrose e induz reação inflamatória controlada não só na epiderme como também na derme (camada localizada abaixo da epiderme).

Vítima veio do interior de São Paulo para fazer o procedimento estético na clínica. Por volta das 14h30, a Polícia Militar foi acionada para apoiar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) em ocorrência de morte suspeita. O SAMU constatou o óbito do jovem — que não teve o nome divulgado — ainda no local.

Esteticista responsável pelo procedimento chegou a passar mal com a situação. A profissional, que não teve o nome divulgado, foi socorrida para uma unidade de saúde antes mesmo de a PM chegar à clínica.

A clínica fica localizada na rua Doutor Jesuíno Maciel e é liderada por Natalia Becker. No Instagram, onde conta com mais de 233 mil seguidores, a mulher informa que é "criadora" de um protocolo de tratamento estético e "premiada especialista em melasma". Ela tem uma unidade da clínica em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. A reportagem tenta contato com a clínica.

Após o caso começar a ser divulgado, a conta de Natalia no Instagram não está mais disponível. Ao procurar a página, aparece a seguinte mensagem: "Esta página não está disponível. O link em que você clicou pode não estar funcionando, ou a página pode ter sido removida. Voltar para o Instagram".

Polícia Civil investiga o caso. A autoridade policial requisitou perícia e a dona do estabelecimento, Natalia Becker, de 29 anos, é investigada, segundo a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública) de São Paulo ao UOL.

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Como é feito o peeling de fenol?

O procedimento estimula a produção de colágeno, proteína determinante no processo de rejuvenescimento facial.

O peeling de fenol em camadas profundas só deve ser feito por um médico dermatologista ou cirurgião plástico especializado no método, devido aos picos de arritmia cardíaca que podem ser causados pelo fenol enquanto a substância não é metabolizada pelo organismo. Por isso, há contraindicação para grávidas ou pessoas com doenças crônicas.

O método exige anestesia ou sedação para evitar a sensação de dor ou ardência no momento da aplicação. O período pós-intervenção costuma ser doloroso e pode levar até um ano e meio até que o rosto cicatrize por completo.

Quais os riscos?

A intervenção é conhecida por estimular o rejuvenescimento da pele, mas requer cuidados. Se os protocolos não forem corretamente seguidos, é alto o risco de infecção por vírus, bactérias e fungos.

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Além disso, mesmo se a técnica for conduzida de maneira adequada, especialistas alertam que ainda existe a possibilidade de alterações permanentes na cor da pele e manchas. Também pode haver formação de queloides, cicatrizes protuberantes que surgem devido ao excesso de proteína (colágeno) na pele durante a cicatrização.

O fenol é um antisséptico potente, mas pouco utilizado, porque é altamente tóxico quando usado em concentrações mais eficientes. Na dermatologia, ele pode ser usado a partir de 50%, sendo que em concentrações acima de 80% é quando causa mais necrose, que a gente chama de querato coagulação. É o que acontece, por exemplo, com os peelings mais profundos.
Carla Gayoso, chefe de dermatologia do Hospital Universitário Lauro Wanderley (PB), em entrevista ao VivaBem em 2022

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