Conteúdo publicado há 5 meses

Justiça liberta motorista de Mercedes que atropelou e matou vigilante em GO

O Tribunal de Justiça de Goiás concedeu liberdade ao empresário Antônio Scelzi Netto, 25, suspeito de atropelar e matar o vigilante Clenilton Lemes Correia, 38, no domingo (9), na GO-020. A vítima estava de moto a caminho do trabalho, quando foi atingida pela Mercedes-Benz C180 do empresário.

O que aconteceu

Justiça concedeu liberdade provisória ao empresário e aplicou medidas cautelares que deverão ser cumpridas. Conforme o TJGO, a medida foi tomada porque Antônio é réu primário, possui residência fixa e emprego.

Empresário deverá cumprir restrições e obrigações estipuladas pela Justiça. Ele é obrigado a comparecer aos atos processuais aos quais for intimado, manter seu endereço atualizado, está proibido de permanecer na rua após às 21h durante os dias úteis e não pode sair de casa aos finais de semana e feriados.

Antônio foi preso em flagrante no dia do acidente. Ele é empresário dono de uma empresa varejista de bombas hidráulicas, negócio que mantém com seu pai.

Amigo do empresário admitiu em depoimento que eles passaram a noite do sábado (8) bebendo, horas antes do atropelamento, ocorrido na madrugada do domingo. Segundo a Polícia Civil de Goiás, o amigo, que não teve a identidade confirmada, também disse que pediu a Antônio para que parasse o carro e prestasse socorro à vítima. O amigo prestou depoimento nesta quarta-feira (12).

O UOL entrou em contato com a defesa de Antônio Scelzi Netto, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.

Entenda o caso

A vítima, identificada como Clenilton Lemes Correia, estava a caminho do trabalho quando sua motocicleta foi atingida na parte traseira pelo carro de luxo. O vigilante foi arrastado por cerca de 300 metros, sofreu politrauma com múltiplas lesões, não resistiu e morreu. As informações são da Polícia Civil de Goiás.

Na ocasião, o motorista fugiu sem prestar socorro à vítima. Antônio Scelzi Netto foi preso em flagrante horas depois. Conforme as autoridades, ele guardou o carro em sua residência localizada em um condomínio de luxo no Jardim Guanabara, em Goiânia, e foi se esconder em um galpão do pai dele, onde foi localizado e detido. Agora, ele foi liberado para cumprir medidas cautelares.

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Placa do carro saiu com o impacto da batida. De acordo com a polícia, a placa do Mercedes ficou no local do acidente, enquanto a placa da motocicleta do vigilante ficou presa ao para-choque do automóvel de luxo.

Suspeito havia ingerido bebida alcoólica. Netto se recusou a fazer o teste do bafômetro, foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para realizar exame de sangue e o laudo apontou que ele havia tomado bebida alcoólica antes do acidente. Para a polícia, o depoimento do amigo "reforça" o laudo do IML.

Motorista alegou que não viu a motocicleta, segundo a delegada do caso, Ana Claudia Stoffel. Netto também teria dito que após o acidente ficou em "estado de choque" por isso não prestou socorro. A delegada também informou que duas testemunhas serão ouvidas, e as câmeras de vigilância da região em que a tragédia aconteceu serão analisadas.

Antônio Scelzi Netto deve responder pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Em caso de condenação, a pena pode ser aumentada porque ele não prestou socorro a vítima, além da qualificação de que o suspeito estava sob influência de álcool.

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